<p> </p> <p>Dezenas de manifestantes anti-portagens aguardavam a chegada de Hugo Chávez e de José Sócrates aos estaleiros navais de Viana do Castelo, quando o presidente venezuelano explicava, no Porto, estar em Portugal para ajudar o primeiro-ministro "num momento difícil".</p>
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À chegada ao Porto, Hugo Chávez disse que veio a Portugal reforçar a cooperação entre os dois países, mas também para dar "as duas mãos" a José Sócrates, num momento difícil para o país.
"Estou muito contente por estar em Portugal. Estamos à procura de oportunidades em todo o mundo e viemos aqui a pedido do meu amigo José Sócrates, um bom homem. Num momento difícil para Portugal, viemos dar-lhe as duas mãos", afirmou.
O avião presidencial chegou às 11 horas, com uma comitiva de nove ministros venezuelanos, e foi recebido pelo secretário de Estado do Comércio e da Defesa do Consumidor e pelo embaixador da Venezuela.
O chefe de Estado venezuelano adiantou que vai procurar reforçar a cooperação com Portugal, garantindo que "a Venezuela vai enviar mais petróleo" e reafirmou o seu propósito de criar uma Marinha. "Até agora, não tínhamos nem um barco de papel", referiu.
Quando o avião de Hugo Chávez aterrou na cidade do Porto, já dezenas de manifestantes do "Movimento Naturalmente Não às Portagens" aguardavam à porta dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo a chegada da comitiva.
"Aquilo que fazemos é uma pergunta muito clara: se o primeiro-ministro e a sua comitiva vieram pela N 13, que foi brilhantemente identificada como alternativa à A28", afirmou Jorge Passos, líder do movimento.
O primeiro-ministro português conseguiu escapar à interpelação dos manifestantes. À chegada aos Estaleiro Navais de Viana do Castelo, destacou aos jornalistas a importância dos contratos que serão assinados, esta tarde, entre Portugal e a Venezuela.
"São da maior importância para o país e para os estaleiros navais de Viana do Castelo", disse José Sócrates, considerando este um "grande dia para a cooperação entre Portugal e a Venezuela", referindo-se aos acordos nas áreas da construção naval e para o fornecimento de 1,5 milhões de computadores "Magalhães" que serão assinados hoje, domingo.
O primeiro-ministro lembrou, ainda, números favoráveis a Portugal desta cooperação, designadamente, em matéria de exportações. Em 2007, o volume de exportações era de 17 milhões de euros, valor que subiu para os 122 milhões, em 2009. Em Agosto deste ano, as exportações rumo à Venezuela tinham garantido 100 milhões de euros, explicou José Sócrates.
Hugo Chávez, que chegou aos Estaleiros Navais de Viana do Castelo ao volante de uma carrinha, disse estar "muito contente" por estar por poder desfrutar da "paisagem muita bonita de Portugal".
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, mostrou-se "muito interessado" na compra aos Estaleiros Navais de Viana do Castelo do navio Atlântida, que tinha sido encomendado pelo governo regional dos Açores e posteriormente rejeitado.
"Disseram-me que é um barco bom, bonito e barato. Estamos muito interessados", disse Chavez.
O chefe de Estado da Venezuela admitiu, ainda, que poderá também comprar o navio Anticiclone, que tinha igualmente sido encomendado pelo Governo regional dos Açores.