O presidente do Governo Regional da Madeira afirmou, esta quarta-feira, que o acordo com a troika anunciado pelo primeiro ministro "nunca pode ser bom", pelo que não há razões para "deitar foguetes".
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"O acordo nunca pode ser bom", disse Alberto João Jardim aos jornalistas à entrada na Quinta Vigia, justificando que "o país está sob tutela estrangeira, está ser governado do exterior em termos das grandes opções do pais, não há motivos para satisfação, não há motivos para deitar foguetes, há é motivos para mudar o Governo".
Jardim informou que o primeiro-ministro lhe telefonou terça-feira, "gentilmente", para informar que tinha encerrado o acordo com a troika, mas pretendia "hoje fazer explicação mais detalhada a uma delegação do Governo Regional que não queria fazer por telefone".
Por isso, "vão a caminho de Lisboa o Vice-presidente (João Cunha e Silva) e o secretário regional do Plano e Finanças", devendo a reunião acontecer esta tarde, anunciou.
Este encontro está marcado para as 17 horas, na residência oficial do primeiro-ministro.
Comentando o facto de algumas medidas anunciadas serem menos gravosas do que foram as que foram sendo noticiadas nas últimas semanas, o líder madeirense considerou que tudo não passou de uma "manobra de acção psicológica por parte do Governo e do Partido Socialista".
Acrescentou que se tratou de "uma técnica que se usa em ação psicológica: fazer crer que vão suceder coisas más e as coisas más que sucederem, que são más na mesma, não são tão graves como as que se anunciaram".
"É uma maquina de propaganda fantástica que o PS tem, bem paga, Deus sabe por quem, e que contrasta com um certo "naif" [ingenuidade] da máquina comunicacional do PSD", opinou.
Jardim disse ainda ter tido a informação que "a comunicação do dr. Catroga - logo depois do primeiro-ministro falar ao país - era sob o ponto de vista comunicacional imperceptível", pelo que defendeu que o "PSD tem de mudar de estratégia".
Mas rematou: "Obviamente que o país não precisa de máquinas de comunicação, precisa de uma mudança".
Segundo Jardim, José Sócrates, "dentro da lógica de ação psicológica que foi feita sobre o povo português procurou apresentar aquilo (o acordo) como um sucesso quando é o resultado do descalabro do governo dele".
O governante insular frisou ainda ser de "gargalhada" o primeiro-ministro ter informado que não era necessário fazer uma revisão constitucional.
"Como é que faz uma reforma do Estado sem fazer uma revisão constitucional?", questionou.
Declarou que se esta não acontecer, Portugal "arrisca-se, a que daqui a um ano o país esteja outra vez a negociar com o Fundo Monetário Internacional".
"Se não quiserem fazer uma revisão constitucional a Madeira terá que procurar outros caminhos", concluiu.