Joe Berardo, terceiro maior accionista do BCP, teceu críticas sobre o banco onde detém uma posição 6,2 por cento, voltando à carga com as acusações de "roubo" e de "aldrabice".
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"O BCP continua a roubar ainda hoje em dia e posso provar", garantiu Joe Berardo, no decorrer do 'Ideia Fórum', promovido pelo jornal 'i' e que decorreu em Lisboa.
Mais tarde, na saída do encontro, o empresário madeirense que detém 6,2 por cento do BCP, de acordo com os dados compilados pela agência de informação financeira Bloomberg, afirmou que "há poucos dias, Gordon Brown [primeiro-ministro inglês] disse que o presidente executivo do Royal Bank of Scotland tinha uma reforma muito elevada, de 800 mil libras por ano. Aqui [no BCP], alguns administradores reformados ganham mais do que isso".
Joe Berardo não especificou quem são os visados nas suas declarações. "São valores extremamente elevados. Não tenho problema de eles serem bem remunerados, mas sim com as aldrabices feitas, alterando os resultados para daí beneficiarem eles próprios", reforçou.
“BPP estava marcado há muitos anos”
Joe Berardo, um dos homens mais ricos de Portugal, revelou ainda que foi accionista do BPP, mas que em 1998 retirou todo o dinheiro do banco liderado por João Rendeiro, depois de se aperceber de movimentos pouco transparentes.
"O BPP estava marcado há muitos anos. Em 1998 tirei de lá o meu dinheiro e fiz um anúncio de uma página inteira no Público", disse Joe Berardo, acrescentando que "as pessoas, quando não são honestas, nem o Banco de Portugal, nem ninguém pode ter controle sobre a situação".
"Podemos sempre criticar [a supervisão], mas não é fácil", considerou, ao mesmo tempo que disse sobre a possibilidade do Governo poder deixar falir o BPP.
"É sempre mau deixar um banco cair, ainda mais num sistema bancário pequeno como o português", acrescentou.
Sobre os clientes do BPP, JOe Berardo frisou que "há um seguro que protege os depositantes, agora sobre os que investiram em bolsa, é como eu. Se vão salvar uns, também têm que salvar os outros".
Questionado sobre o produto de retorno absoluto com garantia de capital, o comendador sublinhou que "os bancos deviam ser supervisionados também pelos produtos que vendem, que deviam ser investigados".