Quarenta anos depois do desastre de Alcafache, nada preenche o "vazio"
Quem viveu na linha da Beira Alta, em 1985, a maior tragédia ferroviária do país tem tudo ainda memória. Carruagens a arder, corpos desfeitos. Nunca se soube o número total de mortes, que deve rondar as 150.
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Foi a 11 de setembro de 1985 que, ao final da tarde, um comboio Sud-Express com destino a Paris, com 400 passageiros, chocou frontalmente com um regional que ia para Coimbra. O embate, na Linha da Beira Alta, entre Mangualde e Nelas, foi seguido de vários incêndios. O número de vítimas permanece ainda hoje incerto, será a rondar as 150 mortes.
Américo Borges recorda estar sentado nos Bombeiros de Canas de Senhorim, onde era comandante, junto à central de comunicações, quando, de repente, ouviu: "Mandem todas as ambulâncias para a estrada entre Nelas e Mangualde".