O ministro da Economia espanhol anunciou este sábado em Madrid um acordo do Eurogrupo para que a zona euro conceda um apoio em quantidade necessária, mais uma margem de segurança, para resgatar o setor bancário de Espanha.
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"O governo espanhol declara a intenção de solicitar ajuda europeia para refinanciar o sistema financeiro espanhol", disse Luis de Guindos.
O ministro, que falava aos jornalistas na sede do Ministério da Economia em Madrid, disse que esse apoio será dado sem condições macroeconómicas mas com exigências sobre o saneamento do setor bancário.
"Há condições financeiras, mas não há condições fiscais ou económicas. Nada fora do âmbito do setor financeiro. Há normativa de ajudas públicas", disse.
"Isto é um apoio financeiro não tem a ver com resgate. Isto é apoio que ira dirigido ao Fundo de Reestruturação Ordenada Bancária que injetará o capital nas entidades que o necessitem. Não todas as entidades financeiras necessitam de capital", afirmou.
A conferência de imprensa decorreu depois de de Guindos ter participado este sábado na teleconferência de cerca de três horas em que analisou com os seus homólogos da zona euro a situação da banca espanhola.
De Guindos remeteu para o comunicado do eurogrupo, "por cortesia", detalhes sobre o valor máximo da ajuda, garantindo que será "uma quantidade suficientemente elevada que não deixará a mínima duvida" sobre o sistema financeiro espanhol.
"Tudo parece indicar que as necessidades adicionais de capital são geriveis, tendo em conta o importante esforço já realizado pelas entidades financeiras para cumprir os novos requisitos da reforma financeira de saneamento do setor", disse.
"Num momento como o atual de enorme tensão nos mercados da zona euro, este processo deve completar-se com os recursos necessários", explicou.
Em causa está um acordo alcançado este sábado no Eurogrupo - e divulgado durante a conferência de imprensa - sobre a concessão de um empréstimo de até 100 mil milhões de euros para o saneamento do setor financeiro espanhol.
O Governo espanhol pediu a duas consultoras - Oliver Wyman e Roland Berger - que analisem as carteiras de créditos da banca perante dois cenários - um em 'stress' e outro com hipóteses macroeconómicas adversas, estudo que deverá ser entregue até 21 de junho.
Em paralelo foi pedido a quatro auditoras (Deloitte, PwC, Ernst & Young e KPMG) uma análise mais completa, individualizada e detalhada de todas as carteiras de crédito, que estará pronta até 31 de julho.
As análises incluem a situação dos 14 principais grupos bancários espanhóis que representam cerca de 90% do sistema financeiro espanhol.
O FMI estima, num relatório divulgado na madrugada deste sábado, que o setor poderá necessitar em torno a 40 mil milhões de euros.