O secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro, defendeu esta quinta-feira que "nenhuma região tem nada a temer" com a privatização da ANA, realçando que a proposta vencedora garante "o desenvolvimento da rede aeroportuária como um todo".
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"Nenhuma região deve temer pelo desenvolvimento da sua infraestrutura aeroportuária e pelo impacto que essa infraestrutura tem no desenvolvimento da região", afirmou o governante, no final do conselho de ministros, que decidiu entregar a ANA ao grupo francês Vinci.
Em declarações aos jornalistas, Sérgio Monteiro defendeu que a proposta vencedora prevê o desenvolvimento da "rede portuária de forma harmoniosa como um todo, contribuindo para a coesão territorial".
"Os habitantes da região norte terão um aeroporto com o mesmo grau de qualidade assim como os do sul e os das ilhas", disse, acrescentando que não haverá "canibalização de receitas".
Sérgio Monteiro explicou que a proposta da Vinci, que vai pagar 3.080 milhões de euros pela concessão da ANA, por 50 anos, assegura a manutenção do 'hub' em Lisboa bem como "a harmonia no desenvolvimento de todos os portos".
"Não têm que temer que haja canibalização de receitas", acrescentou.
O governante adiantou que esse desenvolvimento harmonioso se refletirá na "convergência" das taxas aeroportuárias, nos próximos anos, o que levará, por exemplo, a uma redução das taxas no Aeroporto do Funchal, que são "as mais caras da Europa".
Os franceses da Vinci vão pagar 3.080 milhões de euros pela aquisição de 95% do capital da ANA - Aeroportos de Portugal, o que eleva para 6.400 milhões de euros o encaixe do Estado com o programa de privatizações, acima do objetivo proposto, de 5.500 milhões de euros.
A secretária de Estado do Tesouro, Maria Luís Albuquerque, afirmou hoje que a proposta da Vinci era a que apresentava "o valor mais elevado", realçando que foi também avaliada "como a melhor do ponto de vista estratégico".