O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, garantiu, esta segunda-feira, ser "falsa" a "ideia de que não existe diálogo" em torno do Documento de Estratégia Orçamental (DEO), que ainda vai ser apresentado no Parlamento, e negou tratar-se de "um novo PEC".
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"A ideia de que não existe diálogo à volta do DEO, porque ele corresponde a um novo PEC [Plano de Estabilidade e Crescimento] que vai ser apresentado a Bruxelas e sobre o qual não se conversou com a oposição, é uma ideia falsa", frisou.
Segundo Pedro Passos Coelho, "não há um novo PEC", porque o que existe "é um programa de assistência económica e financeira que foi negociado pelo PS, quando estava no Governo, e que o PSD e o CDS-PP apoiaram também".
"E as metas que estão contidas nesse programa são respeitadas pelo DEO", que "se limita a fixar um limite para as despesas do Estado" entre 2013 a 2016, sublinhou aos jornalistas, durante uma visita à 29.ª Ovibeja.
O Chefe do Governo deslocou-se a Beja, acompanhado pela ministra da Agricultura, Assunção Cristas, depois de, esta segunda-feira de manhã, ter presidido à reunião extraordinária do Conselho de Ministros, na qual foi aprovada o DEO.
Lembrando que o DEO "vai ser apresentado ao Parlamento, para poder ser discutido", Passos Coelho assegurou que "ninguém está fora da discussão deste documento".
Questionado pelos jornalistas sobre se não estará posta em causa a relação entre o Governo e o PS, o primeiro-ministro foi perentório: "Só se o PS estiver interessado nisso".
Instado também a comentar declarações recentes de dirigentes do PS, Passos Coelho afirmou não ser "comentador", contrapondo que o seu "papel" como primeiro-ministro é outro.
"É criar condições para que possamos cumprir os nossos compromissos e, dentro de um clima de diálogo e de consensos tão alargado como possível, poder atingir esses objetivos preservando a estabilidade politica e a coesão social", assegurou.
O Governo, sublinhou o primeiro-ministro, "tem mostrado que está interessado em criar um clima de paz social" e em "atingir os objetivos" fixados, "quer pelo memorando de entendimento, quer pelas necessidades que estamos a atravessar".
"E estamos a lutar por isso. Quem estiver e vier por bem é sempre bem-vindo", insistiu.