O primeiro-ministro afirmou esta quarta-feira que a proposta de Orçamento do Estado para 2015 é realista e não foi feita a pensar nas eleições e criticou os políticos que pensam que conseguem votos reduzindo impostos e aumentando salários.
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"Evidentemente, este é um orçamento de realismo e é um orçamento que não é feito a pensar nas eleições. Eu sei que há políticos que acham que as eleições se ganham baixando impostos e aumentando salários. Devo dizer que tenho muitas dúvidas de que as pessoas, os eleitores, raciocinem exatamente nesses termos", declarou Pedro Passos Coelho, numa intervenção no encerramento de uma conferência, em Cascais.
A este propósito, o chefe do executivo PSD/CDS-PP considerou ainda que seria incoerente descuidar agora o equilíbrio orçamental: "Com que cara é que o mesmo primeiro-ministro que durante três anos explicou ao país que precisávamos de cumprir as nossas metas, que não tínhamos outra escolha senão pôr a casa em ordem para ter a confiança dos investidores, para financiar a atividade económica e o Estado, haveria agora de lhes vir dizer que, porque há eleições, íamos baixar os impostos, aumentar os salários e prometer aquilo que não é realista?".
Pedro Passos Coelho falava na Casa das Histórias Paula Rego, no encerramento de uma conferência da agência municipal DNA Cascais, que apoia a criação de empresas.
O primeiro-ministro não quis responder a perguntas dos jornalistas no início nem no fim desta iniciativa, tendo remetido para a conferência de imprensa da ministra de Estado e das Finanças, Maria Luís Albuquerque, sobre a proposta de Orçamento do Estado para 2015.
"Tenho a certeza de que ela responderá bem a todas as questões que estão relacionadas com o Orçamento do Estado. Eu sobre isso disse o que me parecia mais importante ainda agora", declarou Passos Coelho, à saída.
Na sua intervenção, o primeiro-ministro considerou que o Orçamento do Estado para 2015 "vai ao encontro da perspetiva de crescimento e de estabilização que os portugueses têm" e insistiu que "é realista" e "não foi feito a pensar nas eleições, foi feito a pensar no país".
"E eu tenho a certeza de que a generalidade das pessoas, gostando ou não do orçamento, gostando ou não da política que é prosseguida pelo Governo, a percebem, porque é aquela que a realidade nos consente, e nós temos vindo todos os anos a aumentar o conjunto de expectativas que podemos sustentadamente ampliar para Portugal", acrescentou.