Portugal colocou, esta quarta-feira, 1830 milhões de euros em Bilhetes de Tesouro a seis meses a taxas superiores e a um ano a juros mais baixos.
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Além das taxas de juro médias terem subido a seis meses e descido a um ano, nos dois leilões desta quarta-feira o montante colocado de 1830 milhões de euros foi superior ao montante indicativo, que era entre 1250 e 1500 milhões de euros.
Taxas saíram em linha com o que está a ser praticado pelo mercado, ou seja, são taxas muito baixas
Segundo informação da Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) na página da Bloomberg, a entidade colocou 1310 milhões de euros a um ano à taxa de juro média de 0,043%, inferior à de 0,050% verificada no anterior leilão comparável de 18 de março.
A procura atingiu 1915 milhões de euros, 1,46 vezes superior ao montante colocado.
Os restantes 520 milhões de euros foram colocados em BT a seis meses a uma taxa de juro média de 0,021%, superior à de 0,009% verificada no anterior leilão comparável também de 18 de março.
O total de propostas dos investidores para este prazo cifrou-se em 995 milhões de euros, 1,91 vezes superior ao montante colocado.
Nos anteriores leilões comparáveis, realizados em 18 de março, o IGCP colocou 443 milhões de euros em BT a seis meses a uma taxa de juro média de 0,009% e 1.285 milhões de euros em BT a um ano a uma taxa de juro média de 0,050%.
Em 18 de novembro do ano passado, as taxas de juro médias dos BT a seis e 12 meses atingiram os mínimos de sempre de -0,018% e -0,006%, respetivamente.
Segundo o diretor de negociação do Banco Carregosa, João Queiroz, os leilões "não trouxeram surpresas" e as "taxas saíram em linha com o que está a ser praticado pelo mercado, ou seja, são taxas muito baixas".
"Enquanto o BCE continuar a ajudar a 'escoar' a dívida dos Estados, Portugal beneficiará desta conjuntura", disse João Queiroz.
Em relação ao montante que o Estado recolheu do mercado, 1.830 milhões de euros, acima do que tinha proposto, João Queiroz afirmou que "pode resultar do aproveitamento de uma oportunidade, já que o próximo mês pode trazer mais instabilidade" devido ao referendo sobre o "brexit" no Reino Unido e às eleições legislativas em Espanha, entre outras decisões importantes.