O presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, enalteceu "a solidez económica" da zona euro, esta terça-feira, salientando que os três países mais afectados pela crise da dívida soberana "representam apenas 6% do PIB" do grupo.
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"Todos os países da União Europeia estão a reduzir os défices públicos. Os mais vulneráveis estão a tomar medidas firmes para sair da crise", disse Van Rompuy na Escola Central do Partido Comunista Chinês (PCC), em Pequim, onde são formados os quadros dirigentes da China.
Ao mencionar a Grécia, Irlanda e Portugal, o presidente do Conselho Europeu indicou que os três países "gozam de uma desproporcionada atenção na imprensa internacional", uma vez que, "representam apenas 6% no Produto Interno Bruto da zona euro".
Van Rompuy referiu que Grécia e Irlanda "recebem assistência financeira com um pacote muito rigoroso de medidas a tomar" e que "foi também alcançado um acordo sobre Portugal".
Na segunda-feira, os ministros das Finanças da Zona Euro e da União Europeia aprovaram por unanimidade o resgate a Portugal, um pacote financeiro de 78 mil milhões de euros para três anos, considerando que o programa negociado com Lisboa é "ambicioso".
O presidente do Conselho Europeu salientou a "força e resistência da União Europeia", realçando que "ninguém tinha previsto o chamado risco de contágio" da crise grega, que "colocou em risco o conjunto da zona euro".
"Não deixámos cair o euro (...) As nossas bases económicas continuam sólidas", afirmou.
O presidente do Conselho Europeu encontra-se desde domingo na China, na sua primeira viagem oficial fora da Europa desde que assumiu aquele cargo, em Novembro de 2009.
Van Rompuy disse que para a Europa e a zona euro, constituída por 17 dos 27 países da União Europeia, "o grau de interdependência interna da UE foi a mais importante descoberta do ano passado", que "obrigou a repensar a União Económica e Monetária". "Vamos fazer tudo para assegurar que seremos capazes de evitar que volte a acontecer uma crise igual", disse.
O Presidente do Conselho Europeu indicou que a economia da UE deverá crescer 1,8% este ano (1,6% na zona euro) e d2% em 2012.
"Comparados com o índice de crescimento da China, este números podem parecer modestos, mas tendo em conta que ocorrem em economias maduras, com um elevado nível de vida e um desenvolvido sistema de protecção social, não é nada mau", comentou Van Rompuy.
Nas últimas três décadas, a economia chinesa cresceu em média 10% ao ano, tornando-se em 2010 a segunda maior do mundo, à frente do Japão.
A UE é o maior parceiro comercial da China e este país é o maior mercado dos "27", a seguir aos Estados Unidos.