O ministro da Economia afirmou, esta segunda-feira, que Portugal tenciona "pagar todas as dívidas integralmente com trabalho, com esforço e com crescimento", mas salientou que "chegou a altura da Europa nos retribuir".
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Álvaro Santos Pereira, que falava no encontro empresarial luso-alemão que decorre em Lisboa no âmbito da visita da chanceler Angela Merkel a Portugal, referia-se à proposta feita pelo Governo à Comissão Europeia para tornar o país com uma fiscalidade mais atrativa ao investimento estrangeiro.
"Queremos que Portugal possa ter uma fiscalidade mais atrativa e competitiva para os novos investimentos sem que haja impacto orçamental", sublinhou o ministro da Economia, acrescentando que o Governo fez o "trabalho de casa com muitos sacrifícios e muita determinação e chegou a altura da Europa nos retribuir, não impedindo que estes importantíssimos incentivos ao investimento se tornem realidade".
Álvaro Santos Pereira frisou que "chegou a altura da Comissão Europeia demonstrar que aceita, na prática, aquilo que tem vindo a defender na teoria" ou seja, que se alie a austeridade ao crescimento.
"É vital que as regras comunitárias não sejam fundamentalistas e não bloqueiem as poucas avenidas que temos para crescer", afirmou.
Perante uma plateia de empresários, o ministro da Economia observou que Portugal não está "a efetuar todo este programa de reformas para agradar aos nossos parceiros internacionais, não o fazemos para receber cumprimentos dos nossos amigos europeus ou para apenas receber uma tranche adicional do programa de ajustamento", mas sim porque "queremos voltarmos a crescer, para voltarmos a dar esperança ao nosso povo".
A chanceler alemã estará hoje em Lisboa para uma visita oficial de cinco horas num momento em que internamente cresce a contestação ao programa assinado com a 'troika', a que Merkel diz manter-se "fiel".
Esta é a primeira vez que a chefe do Governo da Alemanha visita oficialmente Portugal e reunir-se-á com o Presidente da República, com o primeiro-ministro e o ministro dos Negócios Estrangeiros e com empresários dos dois países.
Fontes diplomáticas portuguesas, citadas pela agência EFE, afirmaram que a deslocação de Merkel é vista como um "sinal de esperança" numa conjuntura de crise.
Segundo disse a própria numa entrevista à RTP, esta visita é "uma contribuição" para mostrar que a Alemanha "quer ajudar" e "para ver o que se pode melhorar na cooperação entre empresas para gerar mais empregos" e para que "haja força económica em Portugal".