O Índice de Preços da Habitação (IPHab) aumentou 8,2% em 2023, menos 4,4 pontos percentuais do que em 2022, tendo o número de transações de casas recuado 18,7%, divulgou hoje o Instituto Nacional de Estatística (INE).
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"Em 2023, os preços das habitações transacionadas mantiveram uma trajetória de crescimento, tendo-se registado, no entanto, uma desaceleração, com a taxa de variação média anual do IPHab a passar de 12,6%, em 2022, para 8,2%", refere o INE.
Já o número de transações de habitações foi de 136.499 no ano passado, uma redução de 18,7% relativamente a 2022 e o registo mais baixo desde 2017. O valor total dos alojamentos transacionados em 2023 ascendeu a 28 mil milhões de euros, menos 11,9% do que em 2022.
Segundo o instituto estatístico, assistiu-se a um aumento dos preços quer das habitações já existentes, quer das habitações novas, mas a subida foi "mais pronunciada" nas primeiras (8,7%) face às segundas (6,6%).
A diferença no ritmo de crescimento dos preços das duas categorias de alojamentos reduziu-se para menos de metade no último ano, passando de 5,2 pontos percentuais em 2022 para 2,1 pontos percentuais em 2023.
As transações de habitações novas fixaram-se em 28.119 unidades, 20,6% do total e o peso relativo mais elevado desde 2015, já que, apesar de a redução do número de transações ter acontecido em ambas as categorias de habitação, foi mais pronunciada no caso das habitações existentes (-21,4%) do que nas novas (-6,1%).
No ano passado, o valor das transações de alojamentos existentes decresceu 16,5% comparativamente a 2022, para 20.100 milhões de euros, enquanto nas habitações novas se observou um aumento de 2,6%, para 7.900 milhões de euros.
O setor institucional das famílias adquiriu 116.752 habitações por um total de 23.500 milhões de euros, o que representa uma redução anual de 19,8% em número e 13,8% em valor, e respondeu por 85,5% do total de transações, menos 1,2 pontos percentuais face a 2022, e por 83,9% do respetivo valor, menos 1,9 pontos percentuais.
Considerando apenas o último trimestre de 2023, a taxa de variação homóloga do IPHab foi 7,8%, mais 0,2 pontos percentuais do que no trimestre anterior. Neste período, os preços das habitações existentes aumentaram a um ritmo superior ao das habitações novas: 8,1% e 6,9%, respetivamente.
No quarto trimestre do ano passado foram transacionadas 34.126 habitações correspondendo a uma redução homóloga de 11,4% (variação de -18,9% no trimestre anterior) e a uma redução em cadeia de 0,4%. Neste período, o valor das habitações transacionadas totalizou 7200 milhões de euros, menos 2,6% face ao mesmo período de 2022.
Numa análise regional, o INE refere que, em 2023, todas as regiões registaram reduções do número e do valor das transações de alojamentos relativamente ao ano anterior, sendo que o Centro, com reduções de 11,8% no número e de 7,4% no valor face a 2022, foi a região com a menor contração do mercado imobiliário no último ano.
Cerca de 40 mil casas no Norte
Na região Norte foram transacionadas 39.715 habitações, 29,1% do total, mais 0,9 pontos percentuais relativamente a 2022.
O Centro, o Oeste e Vale do Tejo e o Alentejo foram as restantes regiões que registaram um incremento face a 2022 nas respetivas quotas relativas, respetivamente, 1,2, 0,1 e 0,1 pontos percentuais. Nestas regiões, as habitações transacionadas perfizeram 21.406, 12.734 e 6966, unidades, pela mesma ordem.
A Grande Lisboa, com um total de 9100 milhões de euros, concentrou 32,3% do valor das transações de alojamentos em 2023, tendo pela primeira vez nos últimos seis anos, registado um incremento homólogo do seu peso relativo (+0,3 pontos percentuais).
Quanto ao valor das habitações transacionadas no Norte, ascendeu a 6600 milhões de euros, enquanto no Centro atingiu os 2500 milhões de euros, representando 23,7% e 8,9% do total do valor, pela mesma ordem.