Presidente do BPI diz que não há relação entre descontos para a Segurança Social e reformas
O presidente executivo do BPI, Fernando Ulrich, disse, esta quinta-feira, não haver qualquer ligação entre aquilo que uma pessoa desconta para a Segurança Social e a reforma que virá a receber no futuro, considerando tal perceção um equívoco.
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"Cada pessoa faz o seu raciocínio dizendo 'eu descontei tanto e com base nestes descontos devia ter uma reforma disto ou daquilo'. Não vou agora discutir os aspetos jurídicos dessa questão, não sou competente para fazer isso. Aquilo que as pessoas normalmente ignoram e não comentam é que não existe nenhum mecanismo económico e financeiro para estabelecer uma ligação entre aquilo que descontam e aquilo que vão receber na reforma", afirmou Ulrich durante uma sessão organizada pela Associação Comercial do Porto sobre o Orçamento do Estado para o próximo ano.
Ulrich disse que, aquando da introdução do sistema da Segurança Social, devia ter sido explicado à população "em que é que estava a entrar", o que levou o presidente executivo do BPI a acrescentar: "Se a Segurança fosse examinada pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) e pelo Banco de Portugal como nós somos para ver o nível de transparência e de pedagogia que faz aos seus clientes como nós somos fechavam a Segurança Social. É um desastre total em termos de explicação e portanto esse é um erro muito grande que andamos a cometer há décadas".
"A forma como estruturámos a Segurança Social é uma questão para discutir, se podemos evoluir para outro tipo de soluções com vários regimes e não só um, e por outro lado a forma como não se explicou às pessoas em que é que estavam a entrar isso é grave porque trata-se de um aspeto absolutamente vital na vida das pessoas e que num momento de ajustamento financeiro torna estas situações mais dramáticas", afirmou o presidente executivo do BPI quando questionado sobre a sua opinião acerca do Orçamento do Estado para 2014.
Fernando Ulrich considerou que "do ponto de vista macro é um orçamento ambicioso e é um orçamento muito exigente para o Estado e para os portugueses, mas é um orçamento adequado à situação que o país atravessa".