O Corpo de Intervenção da PSP interveio "usando a força" em "todas as estações da Carris" para impedir os piquetes de greve que queriam "ajudar" os trabalhadores a "cumprir o direito à greve", acusou um dirigente sindical. Veja o vídeo.
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Vídeo divulgado no Youtube mostra Corpo de Intervenção da PSP no piquete da Carris na Musgueira.
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Manuel Leal, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos de Portugal (STRUP), afirmou que a administração da empresa enviou uma circular sobre serviços mínimos, em que ameaçava de despedimento quem fizesse greve.
"Na notificação dos serviços mínimos, a empresa ameaçou os trabalhadores que não cumprissem com processos e ameaçaram com despedimentos. Os trabalhadores ficaram extremamente indignados", relatou.
Manuel Leal explicou que os piquetes tentaram "ajudar os trabalhadores que queriam fazer greve, mas estavam a ser obrigados a furá-la".
"Os piquetes tentaram que os trabalhadores cumprissem a sua intenção e direito de aderir à greve e a polícia de intervenção usou da força física e impediu a acção pacífica e regulada nos termos da lei", criticou.
Para o dirigente da STRUP, os piquetes não protagonizaram qualquer alteração da ordem pública.
Manuel Leal informou ainda que a administração da Carris violou o acórdão do tribunal arbitral acerca dos serviços mínimos: 50% de circulação em 13 carreiras.
"Podemos dizer com segurança, que o Conselho de Administração colocou mais autocarros do que eram impostos. Ainda não sabemos a totalidade, mas em algumas carreira era muito visível que se tinha excedido em muito os 50%", afirmou.
A adesão dos trabalhadores da Carris à greve geral, segundo o sindicalista, é pela defesa dos postos de trabalho e pelo "direito à mobilidade" que estará em causa se for aprovado o relatório do grupo de trabalho nomeado pelo Governo.
Também João Proença, secretário-geral da União Geral de Trabalhadores (UGT), a empresa "não tem direito a utilizar nenhum trabalhador afecto aos serviços mínimos tendo trabalhadores disponíveis para fazer o trabalho", acrescentando que se no total se "ultrapassou 50% das 13 carreiras, a empresa cometeu uma violação grave do direito à greve".