Revendedores de combustíveis dizem que Governo devia flexibilizar imposto quando preços sobem
O presidente da Associação Nacional de Revendedores de Combustíveis, Virgílio Constantino, defendeu, esta segunda-feira, que o Governo flexibilize o Imposto Sobre os Produtos Petrolíferos, como forma de equilibrar os aumentos do preço dos combustíveis que estão a ameaçar a sobrevivência do setor.
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"Perante os problemas que se vão registando à volta dos combustíveis, o Governo deveria fazer um esforço no sentido de aligeirar a carga fiscal. Não direi no IVA porque provavelmente será muito complexo, mas na carga do ISP", afirmou à agência Lusa Virgílio Constantino, no dia em que a gasolina e o gasóleo voltaram a ficar mais caros.
"Julgo que o Governo deveria utilizar o ISP como um flutuador, de maneira a poder equilibrar sempre que se registam subidas abruptas do preço dos combustíveis", defendeu.
Segundo o presidente da Associação Nacional de Revendedores de Combustíveis (ANAREC), o setor está "no limite da sobrevivência", cenário que é complicado pelos "últimos aumentos sucessivos" do preço da gasolina e do gasóleo.
"Os revendedores e funcionários estão a braços com uma crise que começou em 2007/2008 e que tem vindo a agravar-se de uma forma muito concreta, e este último aumento tem vindo a trazer alguma perturbação ao setor de combustíveis", disse.
O presidente da ANAREC disse ainda notar uma "forte quebra" no consumo de combustíveis.
"A média nacional [apresenta] uma quebra aproximada de 7 a 8% em termos dos produtos que mais se vendem: a gasolina e o gasóleo", avançou.
"Relativamente à rede de abastecimento de combustíveis, registam-se valores que não são muito iguais: há zonas de fronteira em que a quebra chega a atingir os 75%, há zonas no litoral em que anda nos 10 a 20% e no centro ronda os 20 a 30%", especificou Virgílio Constantino, sublinhando que globalmente "se registam quebras muito significativas, que afetam de uma forma muito violenta a atividade e a rentabilidade dos postos e a sua sobrevivência".
O preço dos principais combustíveis, que já aumentou mais de 75% desde 2004, voltou a subir hoje, refletindo a cotação média dos produtos energéticos nos mercados internacionais.
O aumento destes preços deverá ser inferior ao registado no início da semana passada. De acordo com fonte do setor, na última semana, as cotações médias da gasolina subiram 3,4% e as do gasóleo 2,1%, quando na semana anterior tinham aumentado 3,82 e 3,31%, respetivamente.
De acordo com dados da Direção-geral de Energia e Geologia (DGGE), relativos a sexta-feira, o preço médio do litro de gasóleo comercializado no continente é de 1,475 euros e o da gasolina é de 1,675 euros.