As cartas para o Pai Natal podem conter desejos muito variados, mas as listas dos brinquedos mais vendidos este ano não fogem muito aos anúncios mais repetidos na televisão e nas redes sociais: são as bonecas LOL, os Slime, os legos, os veículos radiocomandados ou a bateria, assim como os jogos tradicionais em novas embalagens ou os mais modernos e made in Portugal da Science4You. Embora tenha descido, face ao ano passado, o valor médio que os portugueses pretendiam gastar em brinquedos, os comerciantes que mais vendem contabilizam mais negócio este ano.
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Os brinquedos mais vendidos nos hipermercados custam até 130€ (Continente), mas podem ultrapassar 800€ (El Corte Inglés). Este ano, segundo o inquérito de Natal do Observador Cetelem, o orçamento dos portugueses para prendas para crianças ronda os 125€, ou seja, menos do que os 134€ de média do ano passado.
O inquérito revela, ainda, uma diminuição do número de inquiridos que planeia oferecer brinquedos - eram 64% há um ano e são apenas 50% este ano. Aquilo que pode explicar o aumento de vendas relatado, sem quantificar, por fonte do Continente, e "a dois dígitos" por fonte oficial do El Corte Inglés, é a mudança do local em que os inquiridos pretendem fazer compras: há um ano, 90% preferiam lojas de centros comerciais, 39% escolhiam super ou hipermercados e 48% eram clientes do comércio tradicional. Este ano, só 70% farão compras nos centros comerciais, os super ou hipermercados serão eleitos por 45% dos clientes e o comércio tradicional será opção de apenas 26%.
Os mais desejados
Quanto aos brinquedos que irão de facto encher o saco do Pai Natal este ano, só os comerciantes podem dar pistas valiosas.
As infames bonecas LOL e suas variações ocupam três posições no top 10 dos mais vendidos no Continente e já vão no segundo ano de "loucura" da pequenada. As pequenas figuras colecionáveis podem trazer roupa, sapatos e acessórios, como óculos, cabeleiras, máscaras ou copo, entre outros, embalados individualmente e escondidos em orifícios dentro de bolas (no caso da mala, em diversos compartimentos da mesma). Garantem longos minutos de emoção enquanto os petizes abrem inúmeros saquinhos e embalagens maiores do que a boneca.
Os legos são "campeões de vendas em anos consecutivos", segundo fonte do El Corte Inglés, ainda que o valor de cada uma das coleções mais vendidas, este ano, sugira forte influência de adultos (ou de colecionadores) na escolha do Pai Natal. Exceção, porventura, para "O Grande Salão de Hogwarts" de Harry Potter, que fica dentro do orçamento médio dos portugueses (104,95€).
A novidade deste ano é o Slime (massa viscosa à base de cola), em várias versões, incluindo a Fábrica de Slime da portuguesa Science4You, que "é campeão de vendas desde que saiu em junho".
Vestuário para dar e receber
O vestuário é, consecutivamente, o artigo mais desejado (35%) e o mais oferecido no Natal pelos inquiridos do Observador Cetelem. Em segundo lugar, surgem os perfumes (29%), mas atenção: no Norte, o desejo de receber dinheiro e bebidas alcoólicas ganha.
Verdinhas na mão
Este ano, o dinheiro saltou para 3.º lugar da lista de presentes desejados (21% dos inquiridos). A percentagem sobe para 29% em Lisboa e 23% no Porto. Em quarto, em vez dos telemóveis, surge o vinho ou outras bebidas (18%), seguem-se produtos culturais (14%), em substituição das viagens do ano passado (agora só com 3%). Relógios e joias são desejados por 13% dos inquiridos, na mesma proporção dos que preferem acessórios de moda.
Em compras online para livros e música
Só 3% dos inquiridos pelo Observatório Cetelem vão comprar online, especialmente produtos culturais, como música, livros ou filmes, mas o valor a despender subiu de 85€ (2017) para 200€.
Valor médio gasto por pessoa
O valor a gastar por pessoa neste Natal subiu 31,8% face ao ano passado, de 22€ para 29€. Mais de metade dos inquiridos do Observador Cetelem presenteia menos de seis pessoas.