Remuneração mínima no Estado vai subir de 769,20 para 821,8 euros, acima do privado Pensões vão aumentar entre 5,2% e 6,2% para 2,7 milhões de pessoas no próximo ano
Corpo do artigo
Os funcionários públicos vão ter aumentos entre 3% e 6,8% (cerca de 52 euros, só para salários até 1737 euros) no próximo ano. As negociações entre o Governo e os sindicatos foram fechadas ontem. Um trabalhador do Estado, solteiro e sem dependentes que aufira um salário de 1500 euros brutos mensais, terá um ganho no rendimento líquido anual de 875,42 euros, mais 6%, de acordo com simulações da EY (Ernst & Young) feitas para o JN/Dinheiro Vivo. Quem ganha mil euros por mês consegue aumentar o rendimento líquido anual em 673,99 euros, uma subida de 6,5%, e quem tem uma remuneração um pouco superior, de dois mil euros brutos mensais, acaba o ano com mais 1089,04 euros líquidos, um crescimento de 5,9%, de acordo com os cálculos da EY.
Ontem, na reunião com a secretária de Estado da Administração Pública, os sindicatos tiveram a garantia de que os funcionários públicos que ganham a remuneração mínima no Estado, que vai subir de 769,20 para 821,8 euros, não ficarão prejudicados no que vão receber em termos líquidos, em comparação com os trabalhadores do setor privado que ganham o salário mínimo, que no próximo ano vai subir dos atuais 760 para 820 euros.
Custos de 1,5 mil milhões
Os aumentos salariais da Administração Pública vão custar 847 milhões de euros aos cofres públicos no próximo ano, abrangendo os cerca de 746 mil funcionários públicos, segundo o Ministério das Finanças.
A despesa total com as valorizações salariais, incluindo aumentos, progressões, promoções e a revisão de carreiras, será de 1538 milhões de euros em 2024.
Já no caso dos pensionistas, no próximo ano, as reformas vão ser alvo de aumentos entre os 5,2% e os 6,2%, revelou ontem a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho. Estas subidas irão custar ao Estado 2,2 mil milhões de euros e abrangem 2,7 milhões de pensionistas.
Na apresentação do Orçamento da Segurança Social para 2024, Ana Mendes Godinho destacou “os aumentos históricos e sem cortes, acima da inflação, que reforçam o poder de compra dos pensionistas”, garantindo que o Orçamento do Estado apresentado anteontem pelo ministro das Finanças é também “um compromisso com os pensionistas”.
Os dados são ainda provisórios - e serão atualizados no final do ano com as projeções da inflação e do crescimento económico, conforme determinado no cálculo previsto na lei -, mas a perspetiva é que as reformas até aos 1020 euros sejam alvo de uma subida de 6,2%, as pensões entre 1020 e 3061 cresçam 5,8% e, por fim, as pensões acima dos 3061 euros avancem 5,2%.
O maior aumento de sempre
Nas contas apresentadas pela ministra do Trabalho, um pensionista com uma reforma de 500 euros irá ter um aumento mensal de 31 euros em 2024, o que totalizará um acréscimo de 434 euros no total do ano. Já um pensionista que receba mil euros por mês irá receber mais 62 euros por mês. Contas feitas, serão mais 868 euros por ano. Medina tinha adiantado na terça-feira que o crescimento médio das pensões seria de 6,2%, afirmando que este será “o maior aumento de sempre”.
Já o indexante de apoios sociais (IAS) vai avançar 30 euros, de 480 para 510 euros no próximo ano, devendo abranger 1,6 milhões de pessoas e custar 110 milhões de euros.