O secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro, Carlos Moedas, afirmou, este sábado, que haverá um segundo resgate "se tudo correr mal", sublinhando que "foi assim que começou o programa" de assistência externa.
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"Seja em Portugal ou noutro país, se tudo correr mal, isso define um programa de ajustamento. Foi assim que começou [este] programa]", afirmou Carlos Moedas em conferência de imprensa, em Lisboa, após o Conselho Ministros extraordinário que foi convocado para assinalar "de forma simbólica" o fim do Programa de Assistência Económica e Financeira (PAEF).
"O que disse a Comissão Europeia foi que um país que entre em grandes problemas tem um programa de ajustamento. Aliás, quando um programa cautelar é acionado, transforma-se num programa de resgate", disse o governante, acrescentando que o executivo "está seguro de que isso não voltará a acontecer".
Na mesma conferência, Luís Marques Guedes, ministro da Presidência e dos Assuntos Parlamentares, disse que considera "errado dizer que houve uma ameaça" por parte da Comissão Europeia, uma vez que "é evidente para todos os portugueses que, se Portugal ou qualquer país voltasse a fazer as asneiras que se fizeram em 2011, o resultado seria o mesmo".
Para Marques Guedes, "hoje em dia essa situação de necessidade está superada, o país tem condições completamente diferentes das que tinha faz hoje três anos".
O secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro, Carlos Moedas, considerou ainda que o fim do programa de assistência não representa "o fim do ímpeto reformista".
A convocação do Conselho de Ministros para sábado, em plena campanha eleitoral para as europeias de 27 de maio, foi alvo de queixa da CDU e do BE junto da Comissão Nacional de Eleições, que acabou por considerar, por maioria, que a reunião não viola os deveres de imparcialidade e neutralidade.
Apesar da decisão da CNE, os partidos da oposição não deixaram de acusar o Governo de eleitoralismo e propaganda, com o tema a agitar o início da campanha eleitoral.