A greve dos pilotos da TAP levou ao cancelamento de 50% dos voos planeados, até às 18 horas, e a estimativa é que se atinja este domingo 70 a 80%, afirmou o diretor do Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil.
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Confrontado com os valores da TAP, que refere a realização de cerca de 70% dos voos nos últimos três dias, Miguel Sêrro adiantou que estes "são feitos à custa dos pilotos pertences às chefias, os quais têm uma capacidade limitada imposta por lei para atenuar os efeitos da greve" e que, logo que este efeito se desvaneça, mais voos programados serão cancelados.
"A adesão está a evoluir no sentido esperado e, na PGA [Portugália], os voos cancelados superam os 90%", afirmou o responsável do SPAC.
Questionado se os pilotos que estão a trabalhar estariam a fazer mais horas do que aquilo que devem, Miguel Sêrro negou que tal estivesse a acontecer: "Os pilotos supostamente são pessoas do mais alto nível da sua responsabilidade e existem regras de períodos máximos de serviço e de repouso que têm de ser cumpridas sob pena de sanções extremamente graves".
O que SPAC refere é que a TAP "está a utilizar pilotos que pertencem à estrutura, tal como instrutores ou verificadores, e com isso consegue viabilizar nos primeiros dias a operação, porque esses pilotos estão autorizados pela autoridade aeronáutica a voarem no lugar do copiloto".
Numa conferência de imprensa realizada ao final da tarde de hoje, Miguel Sêrro afirmou-se "disposto a qualquer negociação" com o Governo em relação às exigências dos pilotos face à privatização da empresa.
"O SPAC sempre esteve aberto a todas as negociações e a todas as propostas plausíveis que possam ser sujeitas a discussão, e isso nunca aconteceu", frisou, acrescentando que esperam uma resposta do Governo nos próximos dias.
Segundo o sindicato dos pilotos, a greve de 10 dias, que acaba a 10 de maio, "reflete um incumprimento da parte do Governo relativo a um acordo que foi assinado a 26 de dezembro onde estava previsto a manutenção de todos os acordos de empresa, tanto da TAP como da PGA, tal como a reposição das diuturnidades que foram retiradas durante o período de crise e que devia estar discutido e finalizado até ao fim de janeiro já deste ano".
Miguel Sêrro voltou a afirmar que a greve dos pilotos não põe em causa a viabilidade da TAP e da PGA, pois "como ficou demonstrado no relatório e contas da Parpública, bastava ao Governo fechar a VEM no Brasil para assegurar a sustentabilidade da empresa em Portugal".