O presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos tem dúvidas que o Governo concretize o fecho de 40% das repartições de finanças até final de 2013 e que, a acontecer, não deverá provocar a saída de trabalhadores.
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"Para o próximo ano tenho dúvidas que se consiga efetivar [o fecho de 40% das repartições] por causa da questão da fusão das freguesias que ainda vai trazer muita perturbação e processos jurídicos. E depois estamos em ano de eleições autárquicas e nenhuma câmara [municipal] quer perder valências", afirmou à Lusa Paulo Ralha.
O dirigente sindical reagia às declarações do secretário de Estado da Administração Local e Reforma Administrativa, Paulo Júlio, que disse em Coimbra que o Governo vai reduzir 40% das repartições de finanças do país até ao final de 2013.
Sobre eventuais saídas de trabalhadores caso esta redução se concretize, Paulo Ralha disse não estar preocupado já que a Autoridade Tributária e Aduaneira tem poucos funcionários para as necessidades.
"O que vamos ter é um problema de falta de recursos humanos porque estamos completamente na rutura. Estamos depauperados e basta ir aos serviços para verificar isso", afirmou.
Paulo Ralha disse mesmo, tendo em conta a escassez de trabalhadores, a fusão de repartições até pode ser "um alívio" em alguns casos: "A fusão nos concelhos com dois serviços de finanças até pode ser um alívio, porque permite prestar um melhor serviço aos contribuintes e internamente fazer um melhor acompanhamento dos processos".
O dirigente sindical referiu ainda que os responsáveis administrativos e políticos estão a estudar a manutenção em todos os concelhos de, pelo menos, um posto de atendimento.
O encerramento das repartições de finanças, previsto no memorando de entendimento assinado com a 'troika' (Fundo Monetário Internacional, Comissão Europeia e Banco Central Europeu), tinha sido inicialmente calendarizado para o final deste ano, mas foi adiado até ao final de 2013.