Situação no Iraque faz aumentar o preço do petróleo para máximos desde o outono
O preço do barril de petróleo Brent, de referência na Europa, cotava-se, esta sexta-feira, acima dos 113 dólares, o nível mais alto em nove meses, devido à delicada situação no Iraque.
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O barril de petróleo Brent, para entrega em julho, cotou-se, esta sexta-feira, na abertura no Intercontinental Exchange Future (ICE) de Londres, a 113,76 dólares, mais 0,65% do que no fecho da sessão anterior.
O aumento da cotação ocorre depois dos rebeldes do Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL) terem conseguido assumir o controlo de importantes cidades iraquianas, incluindo Mossul, considerada como a entrada para a zona de petróleo no país árabe.
O preço do petróleo não registava um forte aumento desde o outono do ano passado, quando subiu devido à crise no Egito, que fez temer uma alteração nas rotas de fornecimento.
O Iraque produz atualmente 3,33 milhões de barris por dia, segundo a Organização de Países Exportadores de Petróleo (OPEP), ou seja, é o segundo maior produtor de petróleo, a seguir à Arábia Saudita e à frente do Irão e do Kuwait.
Analistas em Londres advertiram para os problemas que podem surgir no oleoduto que liga Kirkuk, no Iraque, a Ceyhan, na Turquia, que foi alvo de ataques de rebeldes.
"A situação de segurança está a impedir os esforços de reparação. Sem um fim imediato da violência (...) não esperamos que o oleoduto esteja operacional de maneira sustentável a curto prazo", afirmou um porta-voz da área de analistas do Barclays.
Os 'jihadistas' assumiram o controlo da segunda maior cidade iraquiana, Mossul, localizada a cerca de 400 quilómetros a norte de Bagdade, num avanço sem precedentes em território iraquiano.
Além de controlar Ninive, os 'jihadistas' estenderam o controlo às províncias de Kirkuk e Slahedin, onde também ocuparam várias zonas.
O EIIL, que pretende criar um emirado islâmico no Iraque e na Síria, já ameaçou continuar as suas conquistas no Iraque e avançar até Bagdade e as cidades xiitas de Kerbala e Nayaf.