O número de passageiros transportados para a Madeira pela TAP de Janeiro a Maio registou uma quebra homóloga de 11% por causa do temporal de Fevereiro, da crise e da nuvem de cinzas da Islândia.
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Uma fonte da TAP, em declarações à Agência Lusa, explicou que os dados, ainda preliminares, dos primeiros cinco meses indicam uma melhoria do tráfego para o arquipélago, face aos dados de Janeiro a Abril.
"Maio ainda não está fechado, mas os números que temos já indicam uma quebra de 9% nos voos do Porto para o Funchal, embora no aeroporto de Lisboa a quebra se mantenha nos 11%", face ao período homólogo de 2009, acrescentou aquela fonte.
"Em virtude do temporal ocorrido no Funchal em Fevereiro, os fluxos de turismo para a Madeira foram afectados e sentiu-se alguma quebra na procura, sobretudo no período imediatamente a seguir, designadamente em alguns mercados emissores externos", refere a companhia.
A empresa ressalva, no entanto, que, "além dessa circunstância, entretanto ultrapassada, e muito por força também da crise económica que se vive, tem havido algum esfriamento no turismo".
"A Madeira está a retomar o seu caminho natural, e o tráfego para a Madeira ainda se ressente, não da catástrofe natural ocorrida, mas de alguma retracção em certos mercados exteriores tradicionalmente fortes para o arquipélago, como seja a Inglaterra (que vive dificuldades económicas), com efeitos naturalmente na diminuição de procura de viagens", acrescenta.
Também o mercado doméstico, segundo a TAP, não tem registado crescimento pelas mesmas razões do restante tráfego.
Já em 2009, os proveitos do turismo na Madeira diminuíram 14% face a 2008, descendo de 41 milhões de euros para os 255 milhões, de acordo com os dados do Turismo de Portugal.
A Madeira é a terceira região portuguesa que recebe mais turistas, a seguir a Lisboa, que facturou 519 milhões no ano passado, e ao Algarve, que recebeu 499 milhões de euros por dormidas nos estabelecimentos hoteleiros, aldeamentos e apartamentos turísticos.
Os dados sobre o turismo na Madeira do ano passado indicam que o Reino Unido, com 190 mil hóspedes, foi o país que mais passageiros enviou para esta região autónoma, seguido da Alemanha, com 182 mil, e da França, com 88 mil.
Comparando com o ano anterior, notou-se que o número de turistas britânicos estava a diminuir, tendo caído 33% em 2009, enquanto o número de turistas alemães e franceses também caiu, mas menos (9% e 1,8%, respectivamente).
Em termos de quota de mercado, estes três países são responsáveis por quase 60% do total de turistas que pernoitam na região autónoma que foi, em Fevereiro, atingida pelo mau tempo que fez pelo menos 42 mortos e vários desaparecidos.