O ministro das Finanças disse que o Governo pretende promover uma maior ligação entre a evolução dos salários e evolução da produtividade, considerando "importante" a manutenção de uma "política de moderação salarial".
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"Penso que é importante que mantenhamos uma política de moderação salarial", afirmou Teixeira dos Santos, lembrando que nos últimos 10 a 15 anos, os custos unitários de trabalho têm subido mais do que nos principais parceiros comerciais portugueses.
Teixeira dos Santos considerou ainda que é possível aumentar a flexibilidade do mercado de trabalho, com recurso apenas aos mecanismos já previstos na lei, no âmbito do novo quadro legal da reforma da Lei Laboral.
"É possível melhorar a flexibilidade do mercado de trabalho fazendo pleno uso dos elementos que o código laboral prevê", afirmou.
As declarações do ministro das Finanças surgem no dia seguinte ao presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker, ter afirmado que os ministros das Finanças, reunidos em Bruxelas, "convidaram" Portugal a "precisar melhor" essas reformas tendentes ao equilíbrio orçamental e ao relançamento da economia, e sublinhou que elas devem visar "o reforço do crescimento potencial e a competitividade, metendo um acento na supressão da rigidez no mercado do trabalho, nomeadamente na formação de salários e na melhoria da produtividade".
A ministra do Trabalho, em declarações à Lusa esta manhã, admitiu que há "trabalho" a ser feito no capítulo da diminuição da rigidez laboral, até para aproveitar a amplitude das leis laborais.
"Não explorámos ainda o potencial que o Código do Trabalho oferece como variante de ajustamento às necessidades das empresas e dos trabalhadores, e esse é um trabalho que tem de ser feito, obviamente", concluiu a governante.