O tráfego aéreo em Portugal ainda não regressou a valores equivalentes aos pré-pandemia, de 2019, porém, os números já andam próximos da recuperação e o aeroporto do Porto é o que está mais perto da normalidade. Segundo a NAV Portugal, o número de movimentos no espaço aéreo nacional estava, em abril, 4,8% abaixo do registado no homólogo de 2019 e o acumulado do ano ainda está 13,3% abaixo do registado no período equivalente pré-pandemia. Contudo, em termos de aeroportos, de acordo com o Eurocontrol, na semana passada, Lisboa estava ainda com menos 8,8% de voos face a 2019 e o Porto estava apenas com uma quebra de 0,8%.
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Os números da NAV Portugal, a entidade responsável pela gestão do espaço aéreo português, já revelam recuperação dos movimentos nos céus na Região de Informação de Voo de Lisboa (RIV, que abrange todo o país, com exceção das ilhas). Ainda que os meses de janeiro e fevereiro tenham ficado abaixo dos valores registados em 2019, em março e abril a aproximação ao número de voos já é evidente. No mês passado, já só estavam 4,8% abaixo dos valores do último ano pré-pandemia.
Com valores discriminados por aeroportos, embora sem o acumulado do ano, a Organização Europeia para a Segurança da Navegação Aérea (Eurocontrol) revela que, na semana passada, eram os números do aeroporto de Lisboa, com menos 8,8% de movimentos, e os de Faro, com menos 7,8% de voos, que colocavam Portugal em quinto lugar na Europa. O aeroporto do Porto já só contava com uma quebra de 0,8%.
O JN pediu à ANA - Aeroportos de Portugal e à Vinci, a concessionária da empresa, os dados relativos à evolução dos destinos em cada um dos aeroportos, este ano, porém, as empresas não responderam.
Verão promete
De acordo com informação recolhida por consultoras de aviação, a partir do aeroporto do Porto é possível voar diretamente para 102 destinos, este verão. A Ryanair é a principal companhia aérea, com uma média semanal de 274 partidas, seguindo-se a EasyJet. Ambas as "low-cost" investiram no aumento das operações a partir do Porto, este verão, com novos destinos, como Fez e Agadir (Marrocos) e aumento de frequências semanais para outros, incluindo Paris, que é o principal destino do "Sá Carneiro".
A partir de Lisboa, os passageiros acedem a 147 destinos diretos em cinco continentes. A companhia aérea TAP domina a maioria das partidas, com uma média de 849 por semana - três vezes mais do que a segunda companhia na capital, a Ryanair. O principal destino para o Aeroporto Humberto Delgado é Madrid e a rota mais recente é Cancun, no México.
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9547 Reclamações de passageiros em 2021
Em todo o ano passado, a Autoridade Nacional de Aviação Civil recebeu um total de 9547 queixas de passageiros relativas a temas sobre os quais estão protegidos legalmente (-33% que as 12 722 de 2019).
Queixas sobre restrições sem registo
A ANAC não contabilizou reclamações sobre as restrições impostas pela pandemia, ainda que o motivo "recusa de embarque" contemple a falta de documentos (como do teste à covid).
Queixas
Reembolso
Aquela que era a 12.ª reclamação mais frequente em 2019 (16), ficou no pódio no segundo semestre de 2021, com 1616 reclamações. No primeiro semestre já havia 4183 queixas pelo mesmo motivo.
Cancelamento
Uma em cada cinco reclamações no período em análise foi relativa a cancelamento de voo (1140), sendo esse o principal motivo de reclamação em 2019 (1456) e o segundo motivo de reclamação mais frequente na segunda metade de 2020 (1079).
Recusa de embarque
"A grande maioria das situações de recusa de embarque [431 no segundo semestre de 2021] foi motivada pela ausência de documentos indispensáveis para a realização das viagens", explicou fonte da ANAC ao JN, no âmbito das questões sobre o impacto da obrigatoriedade dos testes covid-19 na aviação durante a pandemia. Mesmo em 2019, no mesmo período, já havia 200 queixas pelo mesmo motivo.
Bagagens
Aumentaram as queixas relativamente a bagagens, no segundo semestre de 2021, para um total de 360 (121 no homólogo do ano anterior), bem como relativamente a atraso na entrega da bagagem no aeroporto (47 na segunda metade de 2021, só quatro no período homólogo de 2020).