Aeronave ao serviço da TAP transportava 180 passageiros entre Lisboa e Ponta Delgada. Serviço de Controlo de Tráfego Aéreo do Aeroporto João Paulo II era assegurado apenas por um controlador
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Um avião da TAP, com 180 passageiros a bordo, esteve, no dia 13 deste mês, muito perto de embater numa viatura parada na pista do Aeroporto João Paulo II, em Ponta Delgada, Açores. O choque só não aconteceu porque o piloto conseguiu abortar a aterragem, quando estava apenas a 280 metros de distância da carrinha de uma equipa de manutenção. O caso foi classificado de "grave" pelo Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF) e está a ser investigado.
No dia do incidente, o Serviço de Controlo de Tráfego Aéreo do aeroporto de Ponta Delgada era assegurado por apenas um controlador. Este, refere um relatório preliminar do GPIAAF, entrou ao serviço às 9 horas, autorizou a descolagem de uma aeronave e, em seguida, dedicou-se a outras tarefas, como a análise de reserva de espaço aéreo.
Meia hora depois, quando dois aviões comerciais já se aproximavam do aeroporto, o Serviço de Controlo de Tráfego Aéreo autorizou que uma equipa de manutenção entrasse e permanecesse numa das pistas para efetuar alguns trabalhos programados. Os funcionários seguiram as indicações recebidas e pararam a viatura em que se fizeram deslocar junto à pista.
Às 9.57 horas, o piloto de um Airbus 321, ao serviço da TAP, que transportava 180 passageiros de Lisboa para os Açores, foi autorizado a aterrar na mesma pista onde estavam a decorrer os trabalhos de manutenção e iniciou as habituais manobras. Três minutos depois, quando estava muito perto do solo e a somente 280 metros de distância da equipa de manutenção, o piloto viu uma carrinha "branca sobre a linha lateral direita da pista" e abortou a aterragem para não embater contra o veículo.
Quando se aperceberam de estarem a ser sobrevoados por um avião, os técnicos responsáveis pela manutenção da pista abandonaram, de imediato, o local e, tal como o piloto, comunicaram o caso às entidades devidas. O GPIAAF foi alertado para o sucedido no mesmo dia, classificou o incidente de "grave" e abriu uma investigação para apurar as suas causas.