A Organização Internacional do Trabalho estimou, esta segunda-feira, que faltarão 40 milhões de empregos no mundo dentro de dois anos, pedindo aos países do G20 maior coordenação de políticas económicas para enfrentar a crise.
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"Estimamos que, nos próximos dois anos, as necessidades de emprego da economia mundial chegarão a 80 milhões (...) para atingir a mesma taxa de emprego que existia antes da crise", em 2007, declarou o director do Instituto Internacional de Estudos Sociais da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Raymond Torres, numa conferência de imprensa.
Mas "se as tendências se confirmarem", acrescentou, "a economia mundial vai criar apenas 40 milhões de empregos", que equivalem a metade dos necessários.
Segundo a OIT, o desemprego mundial atingiu o valor mais alto de sempre, passando a barreira dos 200 milhões de desempregados em finais de 2010.
Os especialistas da OIT ainda não dispõem dos números definitivos para 2011, mas um relatório publicado três dias antes do encontro das 20 maiores economias do mundo, em Cannes, revela que, num total de 118 países, 45 apresentam riscos de agravamento da agitação social.
É o caso, sobretudo, das economias avançadas da União Europeia, mundo árabe e, em menor grau, a Ásia.
Face aos riscos sociais, a OIT apelou ao G20 que integre o emprego nas políticas económicas e considerou que um dos motivos do actual abrandamento económico é o "isolamento" dos países.