O facto de o tratamento para a doença venosa crónica ser caro e não comparticipado, ao contrário do que acontece em muitos países da União Europeia, complica o combate à maleita.
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"Às vezes, por razões económicas, os doentes reduzem a dose do medicamento: em vez de fazerem todos os dias, fazem dia sim, dia não, ou tomam apenas metade. E isto tem riscos para a sua saúde", alerta Joana Ferreira. E isso, acrescenta Gabriela Plácido, "aumenta a não adesão à terapêutica. Os medicamentos só fazem efeito quando são tomados, não é quando o médico prescreve. Se, ao fim de um ou dois meses, a pessoa se sente melhor e deixa de fazer a medicação por questões económicas, há claramente uma regressão da doença. Estamos a tentar poupar na medicação, mas, depois, com o agravamento da doença, os custos aumentam, com tratamentos bastantes mais dispendiosos para o Estado".
A Organização Mundial de Saúde estima que 50% dos doentes deixe de tomar, normalmente ao final de um ano, o tratamento prescrito pelo médico. Em Portugal, não há estatística sobre a dimensão do problema, mas os especialistas apontam para uma percentagem semelhante.
O abandono da comparticipação está ligado há classificações dos medicamentos: quando se faz a transposição de medicamento sujeito a receita medica para não sujeito a receita médica, o custo passa integralmente para o doente