A obra terá início em 2023 e irá unir Santo Ovídio, em Gaia, à Casa da Música, no Porto.
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O concurso público internacional para a construção da Linha Rubi já foi lançado. A nova linha, cuja construção começará ainda este ano e deve terminar em 2026, é mais um momento decisivo para a expansão do Metro do Porto, acrescentando 6,3 quilómetros à rede e benefícios sociais, económicos e ambientais quantificados em 1,7 mil milhões de euros.
O novo troço contempla oito novas estações (Casa da Música, Campo Alegre, Arrábida, Candal, Rotunda, Devesas, Soares dos Reis e Santo Ovídio), dois túneis e uma nova ponte sobre o rio Douro. A ponte unirá a zona de Massarelos/Campo Alegre e o Arrábida Shopping e estará reservada exclusivamente ao metro, peões e bicicletas. Será também construído uma interface nas Devesas, que fará a ligação à Linha do Norte, e outra em Santo Ovídio, que permitirá fazer a ligação à futura Linha de Alta Velocidade.
As propostas terão de ser apresentadas até ao dia 17 de julho e o Metro do Porto prevê que as obras possam arrancar no início de novembro. Sobre o projeto, que deverá ter um custo de 435 milhões de euros, o ministro do Ambiente e da Ação Climática Duarte Cordeiro referiu que a linha e a nova ponte sobre o Douro irão "expandir a cobertura territorial do sistema do metro da Área Metropolitana do Porto, mas, acima de tudo, reduzir os problemas de congestionamento" entre o Porto e Vila Nova de Gaia.
As propostas terão de ser apresentadas até ao dia 17 de julho e o Metro do Porto prevê que as obras possam arrancar no início de novembro
De acordo com Duarte Cordeiro, existe "a expetativa de chegar a 12 milhões de novos passageiros, e, acima de tudo, evitar a emissão de 12 mil toneladas de dióxido de carbono" para a atmosfera durante o primeiro ano de operação da Linha Rubi.
Segundo um estudo realizado pelo Metro do Porto, esta nova ligação deverá retirar 5,2 milhões de carros da estrada em 2026 e irá aumentar significativamente o número de passageiros transportados pela STCP, operadores rodoviários privados e CP - Comboios de Portugal, melhorando todo o sistema de mobilidade da Área Metropolitana do Porto (AMP).
"Uma das mais estruturantes obras de mobilidade urbana da região"
O presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues, considera esta como sendo "uma das mais estruturantes obras de mobilidade da região", adiantando que "permite um eixo estruturante que começa em Santo Ovídio, rebatendo na Linha Amarela e na futura estação da Alta Velocidade. Vai às Devesas, rebatendo com a linha ferroviária do Norte, e segue pela Arrábida até ao Campo Alegre e à Boavista, permitindo alavancar o uso do transporte público em zonas absolutamente essenciais".
Com a concretização desta linha, as obras em curso de extensão da Linha Amarela e de construção da Linha Rosa e o futuro alargamento a Gondomar, Maia, Matosinhos ou Trofa, a rede poderá "evoluir de um modelo de antenas tradicional, [que está] na origem do Metro do Porto, para um verdadeiro modelo de anéis integrados, ou aquilo a que se pode chamar uma "rede"", salientou Eduardo Vítor Rodrigues.
Rubi, uma homenagem ao Vinho do Porto
Muitos certamente já se perguntaram qual a razão do nome da linha do Metro do Porto, agora lançada a concurso, ser "Rubi". Trata-se de uma homenagem ao famoso vinho que é armazenado nas caves de Vila Nova de Gaia e que tem o nome da cidade vizinha.
De acordo com o presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia, "o Rubi remete para o facto de a linha cruzar o entreposto do Vinho do Porto", com vista à sua internacionalização. Com esta cor, "valoriza-se a relação [do Vinho do Porto] com a história dos territórios, das pessoas e das empresas. Somos obra e trabalho, mas somos também alma, espírito e identidade", afirmou Eduardo Vítor Rodrigues.