Cervejaria Liberdade renasce com novos pratos e decoração (e os clássicos de sempre)
A Cervejaria Liberdade, na homónima avenida lisboeta, reabriu após uma renovação em pleno, com novo bar, aquário de marisco vivo, sala de vinhos e uma loja em parceria com a Garrafeira Nacional, no nono piso do hotel. No menu também há pratos novos, que se juntam a clássicos.
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Num regresso ao que sempre foi, a Cervejaria Liberdade reabriu com novo rosto, nova sala e esplanada, no piso térreo do hotel Tivoli Avenida Liberdade. “Queremos que os clientes se sintam a entrar numa verdadeira cervejaria lisboeta, com o mar à vista, ou melhor, à entrada”, diz o diretor do restaurante, Luís Santos, enquanto mostra o aquário de marisco com santolas e lavagantes, sapateiras, lagostins, bruxas e camarão de Espinho, prontos a vender ao quilo.
Os frutos-do-mar rivalizam com o peixe que surge numa nova montra, em cama de gelo, no interior do restaurante. Vendido a peso, pode ser cozido, grelhado, assado e à meunière - uma das novas apostas do chef Miguel Silva, que há uma década lidera a cozinha. A par de empratamentos novos, entraram lombo de bacalhau com grão-de-bico, couve-coração e pasta de grão; lulas coradas e puré de batata; arroz de peixe com salicórnia e limão; e perna de pato com arroz de enchidos.
Já os pratos clássicos - que existem há 17 anos, quando o espaço se chamava Brasserie Flo, passando à identidade atual em 2017 - mantêm-se na forma de três plateaux de marisco; recheio de sapateira com tostas; croquetes de lombo com mostarda e mel; bife tártaro feito no carrinho com os condimentos ajustados ao gosto de cada um; e camarão frito com alho e malagueta. Nos valores seguros incluem-se também os crepes Suzette, a tarte de maçã com gelado e a sopa de morangos.
Este capítulo da Cervejaria Liberdade é escrito também pelo novo diretor de vinhos Jorge Silva, que reformulou a carta, de 150 referências, para a tornar mais eclética e enraizada nas regiões nacionais. “Teremos vinhos tanto de casas clássicas como de pequenos produtores que representem bem determinada região ou um estilo.” A aposta passa ainda pela formação de sommeliers aptos a harmonizar pratos, seja com vinhos doces e fortificados, seja com cervejas artesanais, agora mais destacadas.
Em matéria de cocktails, o restaurante sugere nove receitas originais, inspiradas no Tejo, no sol único em Lisboa e em Lurçat, pintor francês cujo desenho “Zodíaco” surge numa tapeçaria com mais de quatro metros por quatro, feita em 1961 pela Manufactura de Tapeçarias de Portalegre. Exposta na parede ao fundo da sala desde que o arquiteto Porfírio Pardal Monteiro desenhou o novo figurino do hotel, com duplo pé-direito, a peça - que evoca o universo das constelações e a intemporalidade da arte portuguesa - surge agora como elo entre o passado e o presente.
Foi em torno dela que se desenvolveu o projeto de design de interiores do madrileno Vibbes Design. Abdicando do balcão, a sala tornou-se mais luminosa e fluida. A decoração introduziu revestimentos cerâmicos manuais, mobiliário “mid-century” e veludo nas cadeiras, sofás e bancos, a par de outras melhorias estéticas e acústicas que se estendem ao bar à entrada, onde se petisca a qualquer hora. Uma das paredes ganhou 50 peças de cerâmica novas e antigas, selecionadas por Felipa Almeida, em diálogo com a tapeçaria.
Nova loja de vinhos
O restaurante sugere uma visita à nova loja 1933 Wine & Spirits Collection by Garrafeira Nacional, instalada no nono piso do hotel Tivoli Avenida Liberdade, fundado há 92 anos. Lá encontram-se vinhos dos cinco aos cinco mil euros por garrafa, sobretudo portugueses, franceses e italianos, e vinhos de coleção guardados num frigorífico-cofre, no total de 400 referências.
Cervejaria Liberdade
Avenida da liberdade, 185, Lisboa
Tel: 213 198 620
Todos os dias, das 12h30 às 23h30.
Preço médio à carta: 55 euros.
Menus de almoço a 35 e 43 euros (segunda a sexta, das 12h30 às 15h, com água e café ou chá)