Nas traseiras do Jardins do Porto Boutique Hotel abrem-se vários tesouros, começando pelo Jardineiro, um restaurante de base vegetal que leva o jardim ao prato, e um logradouro encantador, onde apetece estar, a apreciar o quadro verde.
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Não fossem as placas com os nomes “Jardins do Porto” sobre a porta que dá acesso a esse boutique hotel, e “Jardineiro”, na porta ao lado, que dá passagem ao restaurante da unidade, aberto a todos os passantes que queiram descobrir a sua cozinha de base vegetal, dificilmente se esperava encontrar um espaço verde escondido atrás das fileiras de prédios da rua do Almada. Ainda que a baixa portuense já nos tenha habituado a encontrar por aí essas pérolas ajardinadas. “Quem olha por fora não imagina o que é que existe aqui dentro”, comenta Diana Vilarinho, diretora do hotel. “As pessoas quando entram dizem que é incrível” realça. A joia da coroa é o surpreendente logradouro, nas costas do prédio oitocentista, mas para lá chegar passamos ainda por outros tesouros.
O véu desvenda-se por camadas, começando pelo jardim de inverno envidraçado, repleto de plantas bem acomodadas sob o banho de sol da claraboia. Esta é a sala principal do Jardineiro, onde o chef Ricardo Bolfer trabalha uma cozinha vegana de raiz mediterrânea e sazonal. Entre os favoritos dos comensais estão as versões vegetais das tripas à moda do Porto - feitas com cogumelos e chouriço de soja - e do Wellington - elaborado à base de tofu e cogumelos. O tema dos jardins chega também ao prato sob a forma de flores comestíveis, presentes em todas as propostas, que em breve - assim que o verão dê sinais de chegada - poderão ser servidas no jardim exterior, assim como os cocktails de autor preparados no bar do Jardineiro.
No topo das escadas empedradas abre-se primeiro um pátio com mesas de refeições, e depois um relvado com árvores e arbustos, e uma pérgula ao centro, coberta por uma cortina de glicínias, que pendem sobre uma bonita fonte de pedra. Ao anoitecer, o espaço ilumina-se com dezenas de pequenas lâmpadas, criando um ambiente ainda mais acolhedor, onde apetece ficar a absorver todo o encanto do jardim. Há uma cameleira no terreno ao lado que espreita sobre o muro forrado de trepadeiras, tornando-se parte do quadro, e um gato da vizinhança dá por vezes um ar da sua graça, passeando-se por entre os verdes daquele refúgio urbano.
Charme oitocentista com a frescura de um jardim
O hotel, inspirado nos espaços verdes da cidade, tem apenas nove quartos - todos com nomes de jardins do Porto -, alguns dos quais com varanda para o logradouro nas traseiras do edifício. Mas mesmo os que estão virados para a rua, cumprem o propósito de trazer a beleza dos jardins da cidade para dentro de uma casa burguesa do século XIX, cuidadosamente recuperada e decorada ao detalhe. Em todos os recantos há uma planta, um padrão florido, um quadro de natureza.
Jardineiro
Rua do Almada, 609, Porto
Tel.: 229768850
Web: jardinsdoporto.pt
Das 12h30 às 14h30 e das 18h às 22h. (Durante a tarde está disponível o serviço de bar) Não encerra.
Preço médio: 30 euros (menus de almoço a partir de 16 euros, de segunda a sexta)