No coração da nova sede da Liga Portuguesa de Futebol, no Porto, ergue-se o Liga Portugal Bistrô. Aqui, cada prato é mais do que uma simples refeição - é um convite à partilha de sabores, histórias e momentos. Uma celebração onde o desporto é apenas o pretexto para o encontro à mesa.
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É entre os prédios residenciais na freguesia de Ramalde, no Porto, que se ergue a nova sede da Liga Portuguesa de Futebol, inaugurada em dezembro de 2024. Porém, foi só em janeiro que nasceu o Liga Portugal Bistrô, o primeiro restaurante da empresa Sinal Mais. Aqui o futebol serve apenas de pretexto - o verdadeiro jogo está na mesa. Cada prato é pensado para ser partilhado, tal como o futebol, que é, por excelência, um momento dedicado à celebração coletiva. A comida segue a mesma filosofia, funcionando como um elo que aproxima quem partilha a refeição.
Subindo ao primeiro piso do edifício, a decoração revela o cuidado de transportar o espírito do estádio para dentro do restaurante, com elementos que evocam o relvado, as cores do desporto e até réplicas de bancos de suplentes. O espaço divide-se entre uma zona de sports bar e outra de bistrô, embora, para a equipa, essa distinção seja apenas simbólica. O que importa é que o cliente entre, coma bem, se sinta confortável. Na sala, é Iuri Oliveira quem assegura a harmonia entre cozinha e cliente. Com seis anos de vida em Portugal e experiência como chefe de sala no Dom Henrique, no Bolhão, Iuri Oliveira assume agora a coordenação operacional do Liga Portugal Bistrô.
A cozinha revela-se um espaço planeado ao pormenor, dividido em zonas distintas para pratos quentes, frios e pastelaria, onde uma equipa de sete profissionais se dedica a transformar ingredientes frescos e locais em pratos surpreendentes por recriarem clássicos da gastronomia portuguesa. À frente da equipa está o chef Pedro Ribeiro, com mais de 18 anos de experiência, que passou por cozinhas de cruzeiros de luxo, trabalhou no grupo Fullest - incluindo o restaurante O Mundo, no Porto - e num estabelecimento de gastronomia portuguesa em São Paulo.
Ao assumir a elaboração da carta, passou a criar petiscos e pratos inspirados na tradição portuguesa, como a sardinha fresca de São João. Nesta proposta, a sardinha - com a espinha retirada e curada em sal - repousada sobre um pastel de milho, reinterpretando o clássico pastel de bacalhau, e coroada com um creme de pimentos assados, triturados com azeite e alho, que equilibra o contraste entre o doce e o salgado.
Entre as criações que merecem destaque, sobressai o arroz de polvo à antiga, cozido lentamente no caldo do próprio polvo e finalizado com azeite, ervas aromáticas e alho. Ganha ainda atenção o prato vegetariano, onde cogumelos selvagens salteados com alho e azeite se combinam com um ovo a baixa temperatura, tudo envolto numa espuma delicada de queijo da serra. A carta, ainda em expansão, prepara-se para acolher propostas mais ousadas, cruzando sabores portugueses com influências da cozinha asiática.
Entre as sobremesas, sobressaem as natas do céu, reinterpretadas com uma apresentação mais elegante do que a versão tradicional. Servidas num prato, em camadas, juntam um creme leve de ovos, chantilly pouco doce e uma base de bolacha triturada. No topo, bolacha Lotus e pequenos suspiros acrescentam textura e um toque decorativo. O equilíbrio entre sabores e contrastes faz desta sobremesa uma versão contemporânea, sem quebrar a ligação à receita clássica. É, aliás, a preferida do chef Pedro Ribeiro, que encontra nela a simplicidade da tradição com espaço para criatividade.