Prestes a completar cinquenta anos de laboração, continua a fazer muitos clientes felizes.
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Casa fundada em 1977, chamava-se então Poleiro. Depressa convergiu para Loureiro, por vontade do dinâmico empresário António Loureiro. Prestes a completar cinquenta anos de laboração, continua a fazer muitos clientes felizes. A casa desenvolve atividade considerável com particular êxito na produção de tartes salgadas. Cito por isso mesmo três delas, para consumir à laia de entrada. A ideia, contudo é levar para casa, são todas excelentes. É belíssima a tarte de frango do campo, matéria-prima fantástica e muito saborosa. Também se faz uma excelente tarte de vitela que não se vê frequentemente, assim boa e sápida. E não se consegue resistir à tarte de bacalhau, com um copo de vinho branco fresquinho vai muito bem.
Entramos nos pratos de peixe e apetece mandar vir todos para a mesa. Caso por exemplo dos filetes de pescada com açorda de bacalhau. Apetitosos, despertam a gula, apetece sempre. A assessoria pouco usual resulta muito bem, em vez dos vezeiros acompanhamentos. Há sofisticação na cozinha. É muito bom o polvo confitado com molho de coentros, tenrura a toda a prova. Numa vertente mais exótica, há um caril de gambas com arroz basmati que todos os amantes de orientalidades devem provar. E estamos no Porto, tinha de haver um bom bacalhau à Zé do Pipo. E é bem bom.
Os pratos de carne configuram todos tentação. Da cozinha saem belíssimas bochechas de porco ibérico com açorda de cogumelos do monte. Trabalho culinário exemplar. Isso não deve contudo impedir-nos de optar pelo excecional arroz de pato do campo que aqui se faz. São divinas as clássicas tripas à moda do Porto, gomosas e muito saborosas. E há uma vitela assada no forno que clama por
prova e conferência. Estamos sempre bem tratados aqui no Loureiro.
A empreitada doceira merece atenção muito especial. Há charlote praliné de chocolate, primorosa e muito gostosa. Verdadeiramente artística e deliciosa. Faz-se também um excelente cheesecake de frutos silvestres, e o momento é ideal para chamar a atenção de que todos os doces são feitos aqui em casa, sem exceção. Como tal, pode escolher com confiança, venerável atitude de António Loureiro esta, de oferecer o melhor em todas as frentes. Claro que o toucinho do céu é fantástico, feito como se gosta e espera, autêntico manjar de deuses. Nem pensar em sair sem provar o bolo de bolacha. Esse bolo que não é bolo mas no qual reconhecemos tanta portugalidade. Precisamos e merecemos!
Loureiro
Rua do Monte dos Burgos, 1112, Porto
Tel. 228 312 519
Das 12h às 15h e das 19h30 às 21h30, de terça a sábado; até às 15h ao domingo
Preço médio: 30 euros