O Governo cubano de Raul Castro anunciou ter protestado na terça-feira junto do chefe da Secção de Interesses norte-americana em Havana contra a inclusão deste país na lista de passageiros a vigiar elaborada pelos Estados Unidos.
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"Hoje à tarde, o Ministério das Relações Exteriores convocou o chefe da Secção de Interesses dos Estados Unidos em Havana e o chefe da Secção de Interesses de Cuba em Washington pediu para ser recebido no Departamento de Estado", refere um comunicado do ministério cubano.
"O objectivo foi apresentar uma nota de protesto contra a inclusão de Cuba numa lista de 14 países cujos cidadãos serão sujeitos a medidas suplementares de controlo de segurança, de carácter discriminatório e selectivo, ao tomarem o avião com destino aos Estados Unidos", lê-se na nota.
"Rejeitamos categoricamente esta nova acção hostil do Governo dos Estados Unidos que emana da inclusão injustificada de Cuba na lista (americana) de Estados que apoiam o terrorismo".
Na referida lista figuram também o Irão, Sudão e Síria. Cuba é acusada por Washington de dar guarida a membros do grupo basco ETA.
No domingo, Washington anunciou um reforço do controlo de passageiros que embarcam em aviões com destino aos Estados Unidos, no seguimento do atentado falhado de dia de Natal num avião da Northwest Airlines, levado a cabo pelo nigeriano Umar Farouk Abdulmutallab.
Na segunda-feira, o jornal do Partido Comunista cubano, Granma, qualificou como "paranóia antiterrorista" a decisão de reforçar o controlo de "todos" os passageiros provenientes de países considerados, por Washington, apoiantes do terrorismo.
Sem relações diplomáticas desde 1961, Cuba e os Estados Unidos têm voos diários directos entre Havana e Miami (Florida), onde vive uma comunidade de exilados cubanos.
A Nigéria também protestou contra as novas medidas de segurança norte-americanas relativamente a 14 países, entre os quais se contam também o Paquistão, Iémen, Afeganistão, Líbia e Somália.