Os duques de Cambridge trocaram alianças a 29 de abril de 2011. Em cinco anos, a sua popularidade ajudou a restaurar a imagem da monarquia britânica e até a melhorar a economia do país.
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29 de abril de 2011. O Reino Unido parou para assistir ao casamento do príncipe William com Kate Middleton. Dezenas de milhões de pessoas em mais de 180 países fizeram o mesmo, graças a uma transmissão em direto pelo Youtube. Nesse dia, e até hoje, os duques de Cambridge conseguiram algo que há muito (desde os tempos da princesa Diana) não se alcançava: serem vistos como celebridades. De facto - e os números não enganam - este casal veio não só restaurar a imagem da monarquia britânica junto dos seus súbditos, mas do mundo inteiro.
É o chamado - por vários orgãos de comunicação social - "efeito Kate". A mulher do príncipe William veio trazer frescura e alguma ousadia à família real, sobressaindo por dois grandes motivos, de acordo com a revista "Newsweek": pelo seu "manto de invisibilidade", que lhe permite brilhar sem retirar protagonismo ao marido ou à própria Rainha Isabel II; e pelo facto de não ser, nem tentar ser, a princesa Diana. A responsabilidade de elevar o perfil da família real recaiu sobre William e Harry, após a morte da mãe, em 1998, mas foi realmente com a chegada de Kate que se registou uma evolução mais positiva. "Ela encaixou bem entre eles. Trouxe 'glamour' à família real. No fundo, eles acabam por ser julgados pela imagem que passam, e ela é uma mulher vistosa", defende Andrew Morton, biógrafo especialista em assuntos de realeza.
Olhando para as mais recentes taxas de aprovação dos membros da monarquia britânica, Kate Middleton está, de facto, em grande destaque: uma sondagem do final de 2015, divulgada pelo "The Inquisitr", mostra como a duquesa já é, logo atrás da rainha Isabel II, o membro da realeza mais popular entre os cidadãos do Reino Unido, superando os príncipes William e Harry.
Dizem os especialistas, e a comunicação social, que esses resultados se devem, em grande parte, ao estatuto de ícone da moda que a duquesa alcançou. A "Newsweek" estima que a sua influência nas vendas de artigos de vestuário, hoje em dia, renda cerca de mil milhões de libras (1,2 mil milhões de euros) à indústria da moda. E não é preciso recuar muito para o confirmar: o vestido que ela usou este mês num jogo de críquete, durante a sua visita a Bombaim, Índia, levou o "site" da designer indiana Anita Dongre a colapsar com elevado tráfego.
Outro importante aspeto da popularidade em torno de William e Kate prende-se, naturalmente, com os filhos de ambos: com o nascimento de George, em 2013, o mundo voltou a parar e, curiosamente, a economia britânica lucrou cerca de 247 milhões de libras (cerca de 318 milhões de euros) em vendas de produtos para bebés, nos meses seguintes. Com o nascimento de Charlotte, em 2015, o feito voltou a repetir-se, mas com valores um pouco mais modestos: 80 milhões de libras (103 milhões de euros).
William e Kate, que acabaram de regressar de uma visita oficial à Índia e ao Butão, já experienciaram, em muitas outras ocasiões, a adoração de milhões de pessoas. Foram recebidos com especial euforia no Canadá, em 2011, apenas dois meses após o casamento; na Austrália, em 2014; e nos Estados Unidos, nesse mesmo ano, onde chegaram a divertir-se em vários eventos públicos com Barack e Michelle Obama, mas também com celebridades norte-americanas, como Beyoncé e Jay Z.
Os resultados têm sido bastante claros: atualmente, a taxa de aprovação da monarquia britânica atinge níveis muito positivos, segundo a mais recente sondagem oficial, graças à "geração de ouro" que inclui os mais novos da família real, como os duques de Cambridge e os seus filhos. Basta notar que 71% dos adultos britânicos apoia e acredita no futuro desta forma de governo. Até há poucos anos, repara ainda o jornal "Express", a mais popular família real do mundo era a espanhola, que acabou por ser suplantada pela britânica. "A popularidade atual da monarquia deve-se ao respeito conquistado pela rainha, mas também ao 'glamour' da geração mais nova: os seus netos, William e Harry, a mulher de William, Kate, e o filho de ambos, George", escreve a publicação.