PJ apreendeu 6667 plantas em "sofisticadas" estufas instaladas por chineses. Droga era expedida em encomendas. Cinco homens detidos.
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A Polícia Judiciária (PJ) desmantelou, esta semana, na região de Mafra, duas megaestufas de canábis controladas por cidadãos chineses. A droga ali produzida, apurou o JN, destinar-se-ia a ser exportada, em encomendas postais de grande dimensão, para o Norte da Europa, onde seria traficada por outros elementos da rede. Cada encomenda levaria até 20 quilos de canábis, tendo sido apreendida uma com 16.
"Foram detidos cinco homens, todos eles estrangeiros, sobre os quais recaem fortes suspeitas de integrarem uma organização criminosa, dedicada à produção e posterior exportação daquele tipo de estupefaciente", precisou, em conferência de imprensa na sede da PJ, em Lisboa, o coordenador da investigação, António Dias, sem especificar a nacionalidade dos arguidos.
A descoberta das duas plantações surge após ter sido desmantelada, no início do ano, outra grande estufa da mesma rede.
"Os três locais de produção funcionavam no interior de armazéns de grandes dimensões, localizados na região da Grande Lisboa, todos eles equipados com sofisticados sistemas de controlo de temperatura, humidade, fertilização, rega, ventilação e extração forçada de ar, com filtragem de odores", descreveu Dias.
30 mil doses prontas
No total, foram apreendidas 6667 plantas de canábis "em diferentes estados de crescimento" e droga suficiente para cerca de 30 mil doses pronta a ser expedida. Foram ainda encontrados 53 mil euros em numerário. Segundo apurou o JN, dois dos detidos seriam responsáveis pela produção propriamente dita, chegando a dormir no espaço para que aquela não parasse. os outros ocupariam uma posição mais elevada na rede.
Os detidos têm entre 21 e 58 anos de idade e, à hora de fecho desta edição, não eram conhecidas as eventuais medidas de coação aplicadas pelo tribunal. A investigação prossegue.
Ontem, o diretor da Unidade Nacional de Combate ao Tráfico de Estupefacientes da PJ, Artur Vaz, frisou que a produção coberta de canábis "é uma realidade conhecida na Europa há muitos anos", tendo sido desmantelado, nos últimos dois, um "número relevante" de estruturas em Portugal.