Usando os cheques de cadernetas furtadas de um carro, três empresários conseguiram comprar ou alugar máquinas e outros equipamentos a sete empresas que ficaram a arder em mais de 150 mil euros. O processo judicial foi concluído e os três serão julgados no Tribunal de Braga por sete crimes de burla qualificada e cinco de falsificação. Há um quarto arguido por crime de recetação.
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A acusação do Ministério Público diz que o trio - Ricardo Marques, de Esposende, José Sousa, de Lousada e José Mariz, de Famalicão - atuava usando o nome da empresa Plastifex-Sociedade de Importação e Exportação de Materiais Plásticos, Lda., com sede em Lisboa. Usaram também a empresa Transgg- -Transporte de Mercadorias Nacionais e Internacionais, que detinham em Esposende, para alugar um terreno lhes servia de armazém, em Barqueiros, Barcelos.
Logo que as cadernetas com os cheques da Caixa de Crédito Agrícola lhes chegaram às mãos e sabendo que eram furtados, decidiram aproveitá-los para comprar ou alugar vários equipamentos que depois revendiam. Apesar de a dona dos cheques ter dado baixa dos mesmos, ainda conseguiram enganar sete empresas antes que elas se apercebessem do logro.
Em outubro de 2014, um deles, intitulando-se "engenheiro Navarro de Abreu", contactou a Plastinox, de Vale de Cambra e comprou sete depósitos de armazenamento em plástico, valendo quase 17 mil euros.
Os golpes sucederam-se. Dias depois, foram à firma Michaelis & Martins, em Ovar, e alugaram uma minipá-carregadora por cerca de 3.400 euros. Logo a seguir, foi a Toyota Caetano, em Gaia, lesada em 1.070 euros com o aluguer de um empilhador. A quarta vítima foi a Transgrua, de Alcochete, a quem alugaram várias máquinas sem nunca pagar.
Na Decorfogo, em Cantanhede, foram 11 mil euros por seis salamandras e na Comod-Contentores e Módulos Pré-Fabricados, da Póvoa de Varzim, a empresa conseguiu recuperar um módulo de escritório e um contentor marítimo frigorífico, no valor de 1.728 euros.
Uma escavadora alugada à NortAluga, de Viana do Castelo, foi recuperada pela GNR, o mesmo não acontecendo com um gerador alugado à mesma empresa.
Dinheiro reclamado
As sete empresas lesadas pedem a devolução dos valores, com juros.
Comprou máquina
Paulo Sérgio Fernandes, de Barcelos, é arguido por crime de recetação. Terá comprado uma máquina sabendo que era furtada.
Arguido contesta
José Mariz contestou a acusação dizendo que não praticou os crimes, que não geria a firma, nem comprou nem vendeu nada. Já Ricardo Marques explicará o caso no julgamento.