Uma mulher e dois homens, todos de nacionalidade chinesa, foram acusados de, por vingança, sequestrar, torturar e filmar um homem após este ter terminado o noivado com a filha da mulher.
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O homem foi despido e agredido com murros, pontapés, paus e choques elétricos. A tortura foi filmada e fotografada e as imagens partilhadas entre a comunidade chinesa de Lisboa. O caso ocorreu a 2 de dezembro do ano passado. Três arguidos foram agora acusados.
Segundo a acusação do Ministério Público de Lisboa, a vítima marcou um encontro com a arguida, comerciante, para resolver questões pendentes. O jovem terminara recentemente uma relação amorosa com filha da mulher e pretendia saldar despesas em dívida.
Desgostosa com o fim do noivado, a mulher planeou uma vingança. Contactou seis homens e disse-lhes para esperarem nuns armazéns de comércio grossista de artigos chineses em Lisboa. A comerciante foi ter com o homem e conduziu-o até ao local indicado. Mal saiu do carro, surgiram os seis agressores, incluindo os dois homens agora acusados, que o atacaram com "extrema violência com murros e pontapés por todo o corpo".
Os homens levaram-no para outro local, onde o despiram e lhe ataram as mãos e os pés. Continuaram a agredi-lo e a atacá-lo com choques elétricos através de um "taser". Enquanto a vítima era agredida, um dos atacantes registava os atos com fotografias e vídeos que ia partilhando com vários elementos da comunidade chinesa em Lisboa. Por fim, os homens ainda ficaram o telemóvel e 65 euros e dinheiro que tinha em sua posse.
Em fevereiro deste ano, a investigação do Ministério Público do DIAP de Lisboa, em articulação com a Polícia Judiciária, permitiu identificar e deter a mandante e dois dos agressores que, após interrogatório judicial ficaram em prisão preventiva.
Na passada quarta-feira, dia 13, os três foram acusados dos crimes de roubo qualificado, sequestro agravado, ofensa à integridade física grave qualificada, gravações e fotografias ilícitas e detenção de arma proibida.