Comandante-geral garante que militares da GNR em protesto não vão sofrer "represálias"
O comandante-geral da GNR, Rui Ribeiro Veloso, garantiu esta segunda-feira às associações que representam os profissionais da Guarda que estes não vão sofrer "represálias" pelos protestos que têm mantido há cerca de uma semana, inspirados por um agente da PSP em vigília em frente ao Parlamento desde 7 de janeiro.
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Em causa está, sobretudo, a exigência para que seja atribuído aos elementos da GNR e da PSP um suplemento de missão semelhante ao concedido pelo Governo, no final de novembro de 2023, aos profissionais da Polícia Judiciária (PJ).
"Muitos profissionais estão com receio de algumas represálias. Isso está fora de questão. [O comandante-geral] garantiu-nos isso", afirmou, à saída da reunião, em Lisboa, o presidente da Associação dos Profissionais da Guarda (APG/GNR), César Nogueira, em nome das cinco associações recebidas por Rui Ribeiro Veloso.
As associações foram convocadas depois de, na quinta-feira, o comandante-geral ter expressado, numa missiva ao dispositivo da GNR, o seu apoio às reivindicações dos seus subordinados. Na semana passada, o diretor nacional da PSP, José Barros Correia, tinha tido uma atuação semelhante, igualmente para manifestar a sua "solidariedade" com os polícias em protesto.
"Enquanto não ficar preto no branco - já não vamos em palavras ou em promessas vãs - aquilo que nós almejamos, que é a atribuição do suplemento de missão, nós não vamos parar", assegurou César Nogueira, defendendo que, apesar de estar em gestão, o Governo tem poderes para satisfazer a reivindicação.
O militar da GNR sublinhou, ainda, que o objetivo é que os protestos decorram "dentro da legalidade". "Somos todos polícias", lembrou.
Até ao momento, os polícias e militares têm-se, sobretudo, concentrado em frente à Assembleia da República (Lisboa) e aos seus locais de trabalho, por vezes, no caso destes últimos, fardados. O número de carros policiais considerados inoperacionais devido a avarias mecânicas tem igualmente aumentado. Paralelamente, o primeiro-ministro, António Costa, e o ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, têm também sido recebidos, em atos oficiais, com protesto e, na semana passada, cerca de 500 polícias manifestaram-se entoando o hino nacional durante um jogo da Primeira Liga de futebol, no Algarve.
Para 31de janeiro, confirmou esta segunda-feira César Nogueira, está agendada uma concentração em frente ao Comando-Geral da GNR, no Largo do Carmo, em Lisboa, e outra no Porto. O protesto já estava agendado antes de o agente da PSP na origem do movimento mais recente ter iniciado a sua vigília em frente ao Parlamento.