O tribunal de Almada condenou, esta terça-feira, o autor do atropelamento mortal de Açucena Patrícia nas Festas da Moita de 2018 a 16 anos de prisão.
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Abel Fragoso foi condenado por um crime de condução perigosa, um de homicídio qualificado, na morte de Açucena Patrícia, e 11 de tentativa de homicídio, relacionados com as pessoas que atingiu com a sua viatura.
A juiz presidente do coletivo de juízes considerou que o arguido agiu da forma que agiu por se sentir humilhado pelas agressões que sofreu momentos antes. "Para lavar a sua honra, acabou por ceifar a vida de uma jovem de 17 anos que tinha um futuro promissor pela frente e apenas estava a divertir-se com os seus amigos", referiu a juiz presidente do coletivo de juízes.
Ficou provado que Abel Fragoso, após ter sido agredido na Travessa do Açougue, onde decorria uma festa com cerca de cem pessoas, foi buscar o carro, retirou com as próprias mãos as baias de segurança na rua de acesso ao centro da Moita, ignorou a ordem de paragem por elementos da GNR e irrompeu pelo beco. Aqui, atingiu várias pessoas, entre as quais Açucena Patrício, que nada tinha que ver com as agressões anteriores e festejava com amigos o regresso às aulas.
Advogado de Abel Fragoso considera pena excessiva e admite recurso
O advogado de Abel Fragoso considerou que a pena de 16 anos aplicada pelo Tribunal de Almada foi extremamente excessiva. Pedro Madureira admite recorrer ao Tribunal da Relação de Lisboa, apelando a que os crimes sejam de homicídio simples e não qualificados, cuja moldura penal é inferior.
No final do julgamento, a juíza Carla Roque considerou que o arguido estava arrependido do que fez, mas que a sua ação teve consequências gravíssimas que não podem ser ignoradas. "Sei que se voltasse atrás não pegava naquele carro e Açucena estaria viva, mas há atos que praticamos que têm consequências gravíssimas", disse Carla Roque.
O tribunal condenou ainda a seguradora do veículo utilizado por Abel ao pagamento de 80 mil euros a título de indemnização a Yannick Djaló.