Drone disponível no comando distrital de Aveiro desde outubro tem facilitado o patrulhamento da cidade e a dispersão de agrupamentos na via pública.
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O patrulhamento deixou de se fazer apenas por terra. Em Aveiro, atualmente, é feito também pelo ar. Desde outubro, o Comando Distrital da PSP tem ao dispor um drone, que utiliza para observar as ruas da cidade, em busca de ajuntamentos ilegais.
A carrinha da Polícia, descaracterizada, está estacionada junto ao Rossio. Mas os olhos dos agentes principais Edgar Paixão e Jorge Bernardino estão colados nos ecrãs, que lhes mostram as ruas paralelas ao canal urbano principal da ria de Aveiro, passando pelo Fórum Aveiro e terminando no Cais da Fonte Nova. Um está no exterior, a acompanhar as imagens pelo comando do drone. O outro no interior do veículo, a vê-las num televisor. Se detetam um possível ajuntamento, aproximam a imagem. "Aqui vê-se perfeitamente que são pessoas a passear os cães. Estão dentro da lei", assegura um deles.
Tem sido assim desde outubro, mês em que uma equipa do Comando Distrital recebeu formação para operar o drone. Uma vez por semana, em média, o equipamento é utilizado em missões. "Algumas, como esta aqui no centro de Aveiro, são de controlo do dever de permanência no domicílio, no âmbito da crise pandémica. Outras têm sido ações de reconhecimento dos locais", explica o comissário Carlos Antunes.
Uma infração detetada
O comissário é quem coordena a operação e quem indica aos operadores que zonas percorrer. Cada bateria do aparelho tem uma autonomia de 20 minutos, o que permite à equipa sobrevoar a cidade, se necessário, durante duas horas. E o drone tem uma câmara de vídeo e de fotografia, além de uma câmara térmica, e colunas de som. "Se detetarmos um ajuntamento, podemos utilizar a capacidade da coluna de som e falar para tentar que as pessoas dispersem, ou podemos enviar ao local uma das nossas equipas que estão espalhadas pela cidade", adianta Carlos Antunes.
Se se confirmar que as pessoas estão fora de casa sem um motivo legal, são levantados os respetivos autos de notícia de contraordenação.
Na incursão aérea até ao Cais da Fonte Nova, nenhum ajuntamento foi detetado. No entanto, foi verificada atividade de arrumadores de carros, cujo exercício de funções está proibido, atualmente. Por isso, uma patrulha foi encaminhada ao local.
Nos ecrãs que estão ligados ao drone, é possível ter uma visão geral do que está a acontecer em determinado local. E é isso que tem facilitado a vida da PSP.
Foi assim, por exemplo, para patrulhar o Estádio Municipal de Aveiro, e zona envolvente, aquando da final da Supertaça Cândido de Oliveira. "Quando a vida voltar a um certo normal, temos aqui um equipamento que vai ajudar ainda mais no policiamento", confessa o comissário.
Quase 600 multas desde 15 de janeiro
O Comando Distrital da PSP de Aveiro compreende as zonas urbanas de Aveiro, Ovar, Espinho, Santa Maria da Feira e São João da Madeira. E em todas elas têm sido efetuadas missões com o drone, à exceção de Ovar, devido a dificuldades de segurança causadas pela proximidade com a base aérea de Maceda. Mas o patrulhamento habitual, em todas as cidades, continua a ser feito, também, de carro e a pé. No total, desde 15 de janeiro - data em que entrou em vigor o atual confinamento geral - até ao último domingo, a PSP de Aveiro já levantou um total de 592 autos de notícia de contraordenação, por infrações ao Decreto 3-E/2021, que regulamenta o estado de emergência em vigor. Desses, 222 correspondem apenas à cidade de Aveiro. O comando distrital não tem disponível o número de autos levantados na sequência de missões em que o drone foi utilizado. Contudo, o comissário Carlos Antunes refere que, "na sua maioria, as pessoas têm sido cumpridoras".