Uma execução num ajuste de contas, com o tráfico de drogas como pano de fundo. É esta a principal pista de investigação da Polícia Judiciária (PJ) no homicídio de Eduardo Almeida, um jovem de 26 anos residente na Moita e com longo cadastro criminal, abatido com dois tiros, no centro da cidade do Porto, na noite de quarta-feira.
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De acordo com informações recolhidas pelo JN, Eduardo Bôto Rodrigues Almeida tinha-se deslocado da Baixa da Banheira, na Moita, Setúbal, para o Porto, poucas horas antes do crime. Fez a deslocação de mais de 300 quilómetros por motivos ainda não totalmente apurados, mas tudo indica que tivesse marcado um encontro com alguém ligado ao submundo da criminalidade.
O homicídio aconteceu cerca das 22.35 horas, na Calçada da Póvoa, uma transversal da Rua de Aires de Ornelas, na zona do Bonfim, no Porto. Segundo uma testemunha, uma mulher de 33 anos, ouvida pela PSP, vários disparos foram efetuados na direção de um automóvel, onde se encontrariam dois homens, a vítima e um amigo. A testemunha não conseguiu, no entanto, descrever nem o aspeto do homicida, nem o veículo no qual o mesmo fugiu.
Eduardo Almeida, conhecido pela alcunha de "Edu", foi atingido por dois disparos, um no abdómen e outro no pé esquerdo.
Foi conduzido ao Hospital de Santo António numa viatura particular, presume-se que a mesma onde se encontrava quando foi atingido.
Muitos antecedentes
O jovem não resistiu aos ferimentos e acabou por morrer. Pelos antecedentes criminais de "Edu", onde constam, desde 2008, dezenas de detenções por tráfico de droga, furtos, condução sem carta e agressões, as autoridades estão a privilegiar a pista do ajuste de contas.
No local, o JN falou com duas moradoras, que preferiram não se identificar. Estranharam o incidente "numa rua tão pacata como esta". As mulheres encontravam-se em casa à hora a que foram efetuados os dois disparos, mas não se aperceberam de nada, apesar de a PSP ter estado na Calçada da Póvoa e de ter recolhido uma arma de fogo.
Pormenores
Tio pede justiça
Ângelo Rodrigues, tio da vítima, adiantou ao JN que espera uma rápida investigação para que o culpado seja preso. "Quero que se faça justiça. A pessoa com quem ele estava tem de explicar o que sabe", disse.
Julgamento
O mesmo familiar da vítima, reconhecendo o historial "pesado" de Eduardo Almeida, revoltou-se contra o atraso no julgamento em que ele era arguido e que poderia ter determinado a sua condenação a prisão efetiva, evitando assim a sua morte.
PJ investiga
A PJ do Porto realizou nos últimos dias várias diligências para identificar o suspeito.