A Mobilize Financial Services Portugal (MFS Portugal) garante que também é lesada no caso das alegadas burlas com baterias de carros elétricos alugadas e que vai recorrer à justiça para esclarecer todos os factos. Apela ainda aos donos de viaturas afetadas para que a contactem e promete analisar cada caso individualmente.
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Dois dias depois da denúncia do JN, a financeira do grupo Renault (ex-RCI) reagiu publicamente em comunicado. Admite o problema que abrange, não só viaturas Zoe, mas também Kangoo, de particulares, empresas e até câmaras municipais. O denominador comum é a compra no stand E-Drive, em Vilar, Vila do Conde.
"A MFS Portugal informa que irá acionar todos os mecanismos legais e judiciais contra a(s) entidade(s) responsável(eis) com vista, não só ao cabal esclarecimento dos factos, como ao ressarcimento de todos os prejuízos", afirma, esta quinta-feira, num comunicado publicado no seu site, a MFS Portugal.
A Mobilize diz que está "a acompanhar a situação" e garante que "os contratos de aluguer de bateria não foram considerados no momento da venda como deveriam ter sido". Assim, diz, "a MFS Portugal é também uma lesada nesta situação".
A ex-RCI diz compreender a revolta dos donos dos carros, que os compraram - e pagaram - como tendo baterias próprias e, agora, viram, do dia para a noite, as suas baterias bloqueadas por falta de pagamento do aluguer. Garante que estão "totalmente empenhados em tentar encontrar uma solução adequada para cada um dos casos" e, por isso, apelam a todos os proprietários afetados "que entrem em contacto com os nossos serviços, de forma a podermos analisar individualmente cada caso".
Recorde-se que há mais de uma centena de carros elétricos de particulares, empresas e câmaras municipais bloqueados. São Renault Zoe usados,que foram importados e revendidos no stand E-Drive, de Vila do Conde. Têm fatura de "viatura sem aluguer de bateria" e registo de propriedade sem reservas, mas, agora, não andam. A MFS diz que têm contrato de aluguer válido celebrado no estrangeiro e, perante a falta de pagamento, foram bloqueados. Já o stand E-Drive, Alberto Ramalho, diz que "o contrato cessa com a exportação" e, como tal, a ex-RCI está "a violar a lei".
O stand foi o único a dar problemas. Noutros revendedores, a opção com e sem baterias de aluguer difere oito a dez mil euros no preço final.
Há várias queixas na Justiça e já há quem tinha sido ouvido pela Polícia Judiciária, mas a verdade é que, um ano e meio depois, há quem ainda tenha o carro parado.