Joaquim F., o traficante milionário a quem foram apreendidos mais de 1,2 milhões de euros e os outros onze arguidos, recusaram-se a prestar declarações na primeira sessão do julgamento realizada na manhã desta segunda-feira no Salão Nobre do antigo Governo Civil de Beja, transferido excecionalmente para este local dado o número de arguidos.
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"Pópó" como é conhecido era um grupo que adquiria grandes quantidades de canábis a indivíduos espanhóis e depois distribuía por "revendedores" na Grande Lisboa.
Os doze arguidos apenas responderam ao Coletivo de Juízes sobre as suas identidades, nada querendo revelar sobre os contornos da sua atividade que os inspetores da Polícia Judiciária acredita ter começado durante o ano de 2019 e aumentado de volume com a pandemia de covid-19, dada a escassez de estupefacientes, em virtude do fechado das fronteiras com Espanha.
Durante a tarde, foram ouvidos os inspetores da Unidade Nacional de Combate ao Tráfico de Estupefacientes (UNCTE) da PJ, responsáveis pela investigação e elementos da PSP e GNR que acompanharam aqueles elementos em muitas das ações de seguimento e de apreensão de estupefacientes e dinheiro feitas ao grupo.
Recorde-se que na manhã do dia 20 de maio de 2021, os inspetores da PJ entraram num armazém localizado na Aldeia do Ronquenho, em Ferreira do Alentejo, encontraram 908 embalagens de canábis, com o peso global de 91,5 quilogramas e 300 mil euros escondidos num automóvel. O resto das notas, mais de 900 mil euros estava escondido na parede do edifício, dissimulado com placas de madeira, situação que não iludiu os inspetores da PJ.
Os arguidos estão acusados dos crimes de tráfico de estupefacientes agravado, branqueamento, favorecimento pessoal, dano agravado e detenção de arma proibida.