Cinco homens foram acusados pelo Ministério Público de Coimbra de integrar um grupo criminoso responsável por 20 assaltos violentos em zonas rurais do centro do país, um dos quais resultou na morte de uma idosa de 85 anos.
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Os criminosos atuavam de modo metódico. Primeiro, selecionavam vítimas, maioritariamente comerciantes, residentes em zonas isoladas que poderiam guardar em casa grandes quantias de dinheiro ou bens valiosos. Depois, vigiavam cuidadosamente os alvos e os seus hábitos.
Quando chegava o momento, invadiam as casas de noite e, encapuzados, surpreendiam os proprietários e coagiam-nos a entregar-lhes dinheiro e bens. Recorriam à violência de modo absolutamente gratuito e não hesitavam em torturar as vítimas para atingir os seus objetivos.
Torturaram e mataram idosa de 85 anos
Num assalto em Pombal torturaram maliciosamente um casal de idosos para que estes lhes dessem a chave de um cofre. A mulher, de 85 anos, viria a morrer na sequência dos ferimentos infligidos.
Num outro roubo na Figueira da Foz, um homem de 72 anos foi despido, amarrado e selvaticamente agredido: fraturaram-lhe três costelas e o crânio e fizeram-lhe cortes em todo o corpo, incluindo nos testículos. O homem desmaiou e entrou em coma, tendo ficado com sequelas graves após o crime.
"Estilo de vida faustoso"
Ao longo de quatro anos, os criminosos terão efetuado, pelo menos, duas dezenas de assaltos em toda a zona centro do país, com maior incidência em zonas rurais, retirando "elevados proventos que lhes permitiam manter um estilo de vida faustoso".
Uma operação da PJ, em setembro de 2018, culminou com a detenção dos suspeitos que residiam em bairros sociais e acampamentos no eixo Figueira da Foz e a Marinha Grande. São familiares entre si e alguns já têm antecedentes criminais.
Sete acusados
Agora, o Ministério Público do DIAP Regional de Coimbra acusou sete arguidos. A cinco deles, os principais membros do grupo, foi imputada, entre outros, a prática, em concurso efetivo, de dois crimes de homicídio, um dos quais na forma tentada, seis crimes de roubo, quatro crimes de sequestro, 20 crimes de furto qualificado, um dos quais tentado, um crime de tráfico de armas, branqueamento e associação criminosa. Foi requerida a perda de vantagens.
A investigação esteve a cargo da PJ de Coimbra e da Guarda, tendo também contado com relevante colaboração por parte da GNR.