O Ministério Público (MP) de Loures acusou seis jovens do gangue PDS, do Lumiar, pelo homicídio de Manilson Novais, 19 anos, de um grupo rival de Loures, os K26, morto a tiro numa emboscada, em fevereiro do ano passado. Tratou-se de um ajuste de contas, após um elemento dos PDS ter sido esfaqueado numa luta com os K26.
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No despacho de acusação, o procurador diz temer pela segurança das testemunhas e da população, visto os arguidos, com idades entre 18 e 20 anos e em prisão domiciliária, terem "personalidade fria, calculista e muitíssimo perigosa". Com a dedução da acusação e o fim do segredo de justiça, ficam a saber a identidade das testemunhas e, por isso, o MP pediu a sua prisão preventiva.
"O facto de estarem em prisão domiciliária não diminui os perigos para a ordem e a tranquilidade pública. Os cidadãos do concelho de Loures veem esta atuação cada vez mais reiterada dos jovens grupos, agravando-se o sentimento de insegurança já existente", justifica o magistrado, exigindo também que as testemunhas sejam ouvidas sem a presença dos arguidos.
Três tiros de caçadeira
No dia do crime, Manilson estava na rua com um amigo, do mesmo grupo. Uma carrinha parou. A porta traseira abriu e foram disparados três tiros, provocando a sua morte e ferindo a mãe do amigo. Segundo o MP, o crime foi gizado para vingar o esfaqueamento de um elemento do seu grupo. A caçadeira foi arranjada por um amigo, que responde por posse de arma ilegal.
A Polícia Judiciária de Lisboa deteve os jovens. Dois estavam em França e na Suíça e foram extraditados, e os restantes foram detidos no Bairro da Ameixoeira.