O antigo sócio da empresa Lookware, Filipe Vale, negou, esta terça-feira, ao Tribunal de Braga ter recebido verbas do antigo IEMinho- Instituto Empresarial do Minho, de Vila Verde, para projetos de 348 mil euros que nunca foram executados.
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"Não é verdade! Foi tudo feito", disse, referindo-se ao teor da acusação do megaprocesso da extinta Associação Industrial do Minho (AIMinho), cujo julgamento decorre nos Bombeiros de Barcelos, e em que é arguido enquanto gerente daquela empresa, uma das que pertencia ao chamado «universo da AIMinho».
O despacho de pronúncia diz que o alegado esquema de desvio de fundos deste projeto do extinto IEMinho teve a mão do ex-presidente do IEMinho ( e então presidente da «casa-mãe», a AIMinho), António Marques e do diretor-geral Rui Fernandes. Envolve ainda os gestores de seis empresas do universo da AIMinho: Lookware, Oficina da Inovação, Intuito, Expoente, Welink e Centrallink, todas elas detidas por uma sociedade gestores de participações sociais (SGPS), a Linkcenter.
Questionado pelo Ministério Público e pelos advogados de defesa, Filipe Vale garantiu que a parte da Lookware no projeto "empreendedorismo e inovação" foi executada e exibiu um site feito para o IEMinho, com vista ao programa, que visava apoiar jovens vilaverdenses e da região.
Além do site, que continha diversas valências como a de organização de um plano de negócios, o arguido mostrou cópias de material publicitário criado para o projeto, e recorreu, mesmo a uma reportagem da RTP feita no IEMINHO em 2012, sobre essa iniciativa.
Neste domínio, o Tribunal ouviu também os arguidos André Vieira de Castro e Eurico Silva, então sócios de empresas envolvidas no projeto e que negaram a prática de crimes.
Recorde-se que, o julgamento do caso AIMinho envolve 120 arguidos, que respondem por associação criminosa, fraude na obtenção de subsídios, burla qualificada, branqueamento, falsificação e fraude fiscal qualificada, crimes cometidos entre 2008 e 2013. A fraude terá atingido 9,7 milhões de euros.