Um militar da GNR queixou-se à PSP de que foi vítima de calúnia e difamação por parte do rapper Plutónio. Numa entrevista, o cantor acusa o guarda Hugo Ernano de ter sido racista e de o ter agredido, acusações que o visado diz serem "totalmente mentira".
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Em causa estará uma entrevista concedida a Rui Unas no programa "Maluco Beleza" de 4 de junho de 2020 mas da qual o visado apenas teve conhecimento a 24 de agosto deste ano. Hugo Ernano queixa-se de que Plutónio, nome artístico de João Azevedo, o acusou de ser racista, de o ter agredido e sufocado após uma intervenção policial.
O militar acrescenta que o rapper chega a comparar a sua situação com o caso mediático de George Floyd - cidadão que viria a falecer asfixiado em 2020 na sequência de uma intervenção policial nos EUA, morte que desencadeou o movimento Black Lives Matter.
"Asfixou-me oito vezes"
Na entrevista, Plutónio alega que "dentro da esquadra, comigo algemado, asfixiou-me oito vezes", descrevendo Hugo Ernano como o elemento policial que "matou um miúdo cigano dentro de uma carrinha com um tiro".
Hugo Ernano rejeita e diz que é totalmente mentira. O militar admite que, em 2009, em Alcabideche, teve uma ocorrência com João Azevedo que originou a sua condução ao Posto de Alcabideche para ser identificado e que, depois, disso, cruzaram-se mais duas ou três vezes, mas que nunca houve qualquer interação entre ambos.
Ao que o JN apurou, na queixa apresentada na semana passada, o militar exige que João Azevedo vá a tribunal provar as afirmações que prestou e que foram transmitidas em direto no Youtube, visualizadas cerca de 150 mil vezes naquela plataforma, e que, depois, tiveram difusão noutras redes sociais como o Spotify No entender do militar, a disseminação da entrevista contribuiu para aumentar a negatividade da sua imagem profissional e pessoal que nunca será apagada no âmbito cibernético.