Vítima também foi perseguida no trabalho. Agressor entrou armado no tribunal em processo de regulação de responsabilidades parentais.
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Um guarda prisional da cadeia de Paços de Ferreira e antigo elemento do Destacamento de Intervenção da GNR foi detido por, ao longo de oito anos, ter ameaçado de morte e agredido a ex-companheira. O homem, de 54 anos e residente em Alfena, Valongo, foi detido, mas acabou libertado com a obrigação de se submeter a um tratamento psiquiátrico.
Após ter conseguido a transferência do Destacamento de Intervenção da GNR para o Corpo da Guarda Prisional, o indivíduo foi colocado no estabelecimento prisional pacense e em seguida conheceu uma enfermeira, da qual se aproximou. O casal nunca chegou a celebrar casamento, mas viveu vários anos em união de facto, relação da qual nasceram duas crianças.
Problemas financeiros
Tudo corria bem até que problemas financeiros tornaram o guarda prisional agressivo. A mulher passou a ser ameaçada e agredida, decidindo colocar um ponto final na relação marcada pela violência. Nessa altura, a vítima, agora com 43 anos, apresentou queixa nas autoridades que levou a que o ex-companheiro fosse, em 2016, condenado a pena de prisão suspensa.
Mas, apesar desta condenação, o guarda prisional, que se manteve sempre em funções no estabelecimento prisional pacense, nunca aceitou o fim do relacionamento. Mais agressivo se tornou quando a vítima iniciou um novo namoro. Numa das sessões para a regulação de responsabilidades parentais sobre dois filhos menores, o indivíduo entrou armado no tribunal para alarme de todos os que viram a pistola.
Além disso, continuou a usar as armas que possuía, de forma legal, para ameaçar a ex-mulher e, a partir do final do ano de 2018, começou a persegui-la, chegando a confrontá-la no novo local de trabalho. Também recorria ao telefone para ameaçar e aproveitava os encontros com os filhos para amedrontar a vítima.
Tratamento psiquiátrico
Na quarta-feira, o Núcleo de Investigação e Apoio a Vítimas Específicas (NIAVE) da GNR do Porto deteve o guarda prisional e fez buscas na sua habitação. Nessa altura, os militares apreenderam duas armas de fogo usadas nas ameaças e 10 munições.
O guarda prisional foi, em seguida, levado à presença do juiz e sujeito a primeiro interrogatório judicial. No final, foi libertado mas ficou proibido de se aproximar da vítima, do seu local de trabalho e da residência. Ficou também obrigado a frequentar um tratamento psiquiátrico e psicológico.
Penafiel
Arrastada pelos cabelos e obrigada a sexo
Durante 42 anos de casamento, uma mulher de Penafiel foi obrigada pelo marido, serralheiro, a manter relações sexuais e, em muitas ocasiões, a vítima, agora com 62 anos, era arrastada pelos cabelos até à cama do casal. Cansada dos murros na cara e puxões de cabelo, a mulher saiu da casa da família em 2007, mas instalou-se num pequeno anexo, no mesmo terreno, para não perder o direito à habitação na sequência do processo de divórcio. Apesar de viver num local que nem dispunha de casa de banho, a vítima continuou, ao longo dos anos, a ser humilhada e ameaçada de morte com armas artesanais construídas pelo serralheiro. O agressor, de 65 anos, foi, na quarta-feira, detido pelos militares do NIAVE da GNR de Penafiel. Durante as buscas, os guardas apreenderam quatro armas de fogo artesanais e quatro facas que o sexagenário guardava na mesinha de cabeceira, junto à cama, para ameaçar a vítima.
Outros casos
Proibido de contactos
Tem 44 anos, vive nos arredores de Braga e estava já condenado, com pena suspensa, por violência doméstica. Ontem, voltou a agredir a companheira, de quem está divorciado, mas com quem voltou a viver nos últimos meses. O NIC de Braga da GNR deteve-o e o tribunal proibiu-o de contactar a companheira. Será controlado por pulseira eletrónica.
Armas na almofada
Um homem de 63 anos, residente em Santa Maria da Feira, dormia com armas de fogo debaixo da almofada para ameaçar a mulher, da mesma idade. Foi detido pelo NIAVE de São João da Madeira.