Um recluso que fugiu da cadeia de Santa Cruz do Bispo, em Matosinhos, há mais de duas semanas foi detido na madrugada desta segunda-feira. O preso, de 24 anos, foi surpreendido a entrar para a casa onde estava escondido, na Póvoa de Varzim. O fugitivo foi capturado por cinco guardas prisionais, que passaram os dias de folga a tentar localizar o condenado por tráfico de droga, roubos e violência doméstica.
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O jovem foi preso, em novembro de 2022, na cadeia de Custóias e, há cerca de quatro meses, foi transferido para Santa Cruz do Bispo. Foi já neste estabelecimento prisional que, no dia 23 de maio, escapou sem grande dificuldade, antes de saber o resultado de vários processos judiciais pendentes.
Com outros reclusos, dirigiu-se, com a devida autorização, à lavandaria, que fica no exterior da zona prisional, e rapidamente saltou um portão que dá acesso a um campo. Depois, correu a distância até ao pequeno muro que limita a cadeia e chegou à rua.
Busca nas folgas
Em liberdade, o jovem de 24 anos passou a pernoitar em diferentes residências para evitar ser localizado e beneficiou do auxílio de vários amigos, que lhe foram dando guarida. Esta ajuda permitiu que conseguisse escapar ao radar das autoridades durante mais de duas semanas, mas nunca foi suficiente para desmotivar cinco guardas prisionais que se mantiveram no seu encalço.
Nas horas e dias de folga, os guardas prisionais juntavam-se para confirmar algumas informações que iam recolhendo sobre o paradeiro do fugitivo e procuraram-no por diversos locais, sobretudo na Maia, concelho de residência do recluso e da família. Este trabalho, voluntário e não remunerado, só surtiu efeito na madrugada desta segunda-feira.
Ao JN, a Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais confirma que a poucos minutos da 1 hora "foi recapturado, na Póvoa do Varzim, por elementos do corpo da guarda prisional e sem que oferecesse qualquer reação, o recluso que se havia evadido no passado dia 23 de maio do estabelecimento prisional de Santa Cruz do Bispo (masculino)".
Fonte oficial acrescenta que "o recluso retornou ao estabelecimento prisional de onde se havia evadido" e "será objeto dos procedimentos disciplinares previstos em lei, bem como da comunicação ao Ministério Público para efeitos penais".
Surpreendido a regressar ao esconderijo
O JN também apurou que os cinco guardas prisionais combinaram, mais uma vez, aproveitar o domingo de folga para prosseguir a busca pelo fugitivo. Com esse intuito, percorreram vários bairros da Maia e concelhos limítrofes e só depois deslocaram-se para a Póvoa de Varzim. Tinham informações que o fugitivo poderia estar escondido na casa de um amigo e essa possibilidade foi confirmada ao início da madrugada, durante a vigilância mantida a um dos locais suspeitos.
O recluso foi visto, e logo surpreendido, pelos guardas prisionais de folga a regressar à habitação, na companhia de quem lhe estava a dar abrigo.
O Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional "enaltece o profissionalismo dos guardas que, mesmo com condições de trabalho difíceis, abdicam do seu descanso para capturar um fugitivo". O dirigente sindical Frederico Morais assegura, aliás, que "não é a primeira vez que isto acontece". "Por norma, os guardas prisionais procuram, mesmo durante o descanso, recapturar os reclusos evadidos", frisa.