Foi empréstimo ou suprimento de sócio à empresa para debelar problemas de tesouraria? São estas as perguntas a que o Tribunal de Braga terá de responder no final do julgamento, iniciado esta quinta-feira, no qual o empresário António Marques, ex-sócio maioritário da Lusorecursos, SA, reclama 520 mil euros.
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No julgamento, o atual gestor da empresa, Ricardo Pinheiro diz que se tratou de suprimentos (depósitos monetários para necessidades de tesouraria) para investimento e não empréstimos de curto prazo. E acusa o seu ex-sócio de ter divulgado documentos de processos judiciais à comunicação social, o que contribuiu para o aumento de dificuldades de financiamento e de entrada de novos investidores. Além disso, afirma que ele foi o motor de uma reunião havida entre o ex-presidente da Câmara do Porto Nuno Cardoso e o ex-presidente de Montalegre Orlando Alves com os então governantes, Matos Fernandes e João Galamba, para convencer o Governo a não entregar a concessão à LusoRecursos.
Já António Marques contou que, em 2017, emprestou 780 mil euros à LusoRecursos – 260 mil dos quais já devolvidos - que se destinavam a permitir que a firma fizesse a prospeção de lítio - em quantidade e qualidade – na mina do Romano, em Montalegre, bem com um pré-estudo de viabilidade da futura exploração do minério: “Fui o único que meti dinheiro na firma, porque sem os dois relatórios não era possível entrar com um pedido de exploração na Direção Geral de Energia e Geologia, condição necessária para se avançar para a fase seguinte, onde seria preciso investir 12 milhões. Mas, como saí através de um “golpe palaciano, reclamei o dinheiro”.
Conforme o JN noticiou, há duas outras ações a opor as partes: uma no Tribunal do Comércio de Famalicão em que Marques pede a anulação dos atos que o forçaram a sair do negócio; e outra no Tribunal Administrativo, a pedir a anulação da concessão da exploração à empresa. Neste caso, a ação aguardará a decisão do Tribunal do Comércio, ou seja, a de se saber qual dos dois contendores é o dono.